giovedì, dicembre 29, 2011

ANACRONISMOS E HISTERIA


Mas, em sua distração e volubilidade usuais, esqueceu-se de acrescentar:

– Você vai se enamorar dela daqui a 18 anos, numa festa em casa de um arquiteto amigo seu, no Rio. Cerca de um ano depois vocês irão se reencontrar aqui em Paris, e você ficará irremediavelmente apaixonado por ela, e
há de sofrer como um possesso todas as dores de sua paixão, e na Quarta-feira de Cinzas de 1959 você terá um desastre de automóvel cerca de Petrópolis, onde ela estará veraneando, e você, coberto de sangue, ao se sentir ir morrendo, ela tão perto, olhará a sua morte com um infinito sentimento de pena porque tudo poderia ter sido e não foi; mas você preferirá morrer a ter de viver sem ela, sobretudo depois de lhe ter dito, como disse, numa noite de Sexta-feira da Paixão, no Club St. Florentin, 15 rue St. Florentin, que você a tinha dentro de você sem saber desde a mocidade, desde aquele dia, 19 anos antes, em que eu a apresentei a você, como estou fazendo agora.

PODE SER QUE, PARA ESCAPAR AO (EXTINTO) PROTESTO POR NOVO JÚRI, CINJAMO-NOS SEMPRE AO NÚMERO DEZENOVE.  A PANCADA (CALCULADA) NA TRAVE, TRANSFIGURADO, POR VEZES, O VINTE, EM UM TRÊS. DILACERADO.


mercoledì, dicembre 28, 2011

the suffocating anesthetic of the suburbs


OS OITO NONOS.  REITERADOS, SEM AZEDUME. AS MÃOS DA PAZ.  VIOLENTAS.  AO REDOR DO PESCOÇO.  E PORQUE PAZ É MAIS DESEJÁVEL QUE AS TAIS OSCILAÇÕES DE ESPÍRITO DO PESSOA, AO NONO RESTANTE SE RECEBE DE CORAÇÃO MUDO.  ...MAS FARTO.

domenica, dicembre 25, 2011

MEDIANTE ASSUADAS


ENTÃO, ENTÃO ABRIU-SE A PORTA.  A EXPECTATIVA JÁ ENEGRECIDA E ATROFIADA, MÚSCULO SEM USO, NUMA ESPIADA LIGEIRA - LOGO DESINTERESSADA -, PERMANECEU IMPASSÍVEL E MIÚDA. NÃO SE HAVIA DE FAZER MAIS NADA, QUE A PROMESSA, DE TÃO DISTANTE, JÁ TINHA AS DIMENSÕES INCERTAS - SE NÃO ESQUECIDAS.  

MAS O FATO É QUE ESTAVA ABERTA, A PORTA.  SEM VIOLÊNCIA - QUE NÃO HAVIA MAIS ENERGIA PARA ISSO -, PORÉM ESCANCARADA.  E QUEM HAVIA SOFRIDO COM AS CONJECTURAS TODAS RECONHECEU QUE NÃO SE DEIXA DE ACOLHER UM VISITANTE, AINDA QUE INTEMPESTIVO.  ...E FOI TER COM ELE.          

mercoledì, dicembre 21, 2011

DE ESTOCOLMO,TUDO. SALVO A SÍNDROME


Durante as duas horas daquele convívio desmoronou‑se‑lhe o que restava do castelo inexpugnável em que morara. Nenhuma das muralhas resistia mais. A sua confiança numa ordem natural ruíra. Estava à mercê do puro arbítrio.

‑ Nós, agora.

Ergueu‑se e transpôs, hesitante, a porta do gabinete.

‑ Boa noite ‑ disse, amedrontado.

‑ Boa noite. Mostre‑me os seus papéis de identidade.

Procurou na carteira, nervosamente, estendeu a mão e ficou à espera.

‑ Leonel Ramiro de Lencastre

‑ Exactamente.

‑Engenheiro...

‑ Sim.

‑Donde vem?

‑De Lisboa.

‑Fazer o quê?

‑ Aqui, nada.

‑ Essa agora! Acredita que haja alguém capaz de se deslocar de Lisboa a uma distância destas sem qualquer razão?

‑ Pode ser apenas obrigado a passar por cá, como eu.

‑ Ah! o senhor continua viagem? E para onde?

‑ Rio Torto. Tencionava seguir para lá amanhã de manhã, na carreira.

‑ A quê?

Hesitou. A devassa entrava‑lhe já na alma. A que propósito diria àquele desconhecido a razão íntima e promissora que o levava?

‑ Assuntos particulares...

‑ Que assuntos?

‑ Peço desculpa, mas não digo.

‑ Veja lá se quer complicar as coisas!

Diante da ameaça, a sua timidez alvoroçou‑se. E confessou, no tom e na emoção que daria ao acto no dia seguinte, que ia pedir a  noiva em casamento.


ISTO, HOSTILIDADE A NENHUM PROPÓSITO, A VIOLÊNCIA TREMENDA QUE ARRANCA O QUE SE QUERIA GUARDAR PARA SI, VAI PARA CAMILINHA, QUE INDA ACREDITA QUE 'cada pessoa carrega um universo próprio', O QUE JUSTIFICARIA INVESTIDAS CONTRA QUEM NÃO FAZ POR ONDE.  GENTE QUE LEVA UMA VIDA DESGRAÇADA E QUE, PORTANTO, NÃO É CULPADA PELO AZEDUME DIÁRIO.

OCORRE QUE EU SOU LEONEL DE LENCASTRE.  UMA INGE MASCULINA SEM A FACETA DO QUESTIONAMENTO, DA SUBVERSÃO.  UMA INGE QUE SE PRESTA A SURPRESAS E, ELA SIM, ENCERRA, from marrow to pore, GALÁXIA INTEIRA. 

(e porque tentar entender os arrabaldes envelhece, o justo é aluar-se.  d'ora avante e sempre e tanto.)

venerdì, dicembre 16, 2011

The more we frequent men, the blacker our thoughts; and when, to clarify them, we return to our solitude, we find there the shadow they have cast.
ENTÃO ESTÁ TUDO HERMETICAMENTE GUARDADO, COMO NO TESTAMENTO CERRADO (COSTURADO E LACRADO), IMPASSÍVEL DE DERROGAÇÃO?  ENTÃO DEVE-SE ACEITAR O IMPOSTO (NUNCA OFERECIDO), E CONFERIR SENTIDO OUTRO (A ÚNICA LIBERDADE) AOS SONETOS ENTOADOS PELA BETHÂNIA?


mercoledì, dicembre 07, 2011

(IT) looks like freedom but it feels like death

TERMINA QUE, NUM DESSES DIAS NOS QUAIS NÃO SE SABE EXATAMENTE PARA ONDE IR, ASSISTO A REPORTAGEM (CURTÍSSIMA, O QUE SE EXPLICA PELA AFAMADA INCOMPETÊNCIA DA EMISSORA) A RESPEITO DE DETENTOS QUE DEIXAM DE SÊ-LO, JÁ CUMPRIDA A PENA. 

UM DELES SAÍA DO PRESÍDIO SEM TROUXA DE ROUPA (OU DENTES, MISÉRIA INCALCULÁVEL), DESNORTEADO E, COMO JÁ SE IMAGINAVA, SEM PERSPECTIVAS DE ESTALAGEM.  OS PAIS JÁ ESTAVAM MORTOS, NUNCA HAVIA TIDO MULHER OU FILHOS, E, LONGE DE TUDO-TUDO-TUDO POR TANTO TEMPO, MAL E MAL RECONHECIA A CIDADE.  NATURALMENTE, NÃO MENCIONARAM O MOTIVO DA RECLUSÃO, O QUE - E ISTO ME SURPREENDEU - NÃO ME ABORRECEU, NA HORA.
.
POIS BEM.  TENHO SEGURANÇA DE QUE PELO MENOS NUM PRIMEIRO MOMENTO - QUE PODE HAVER, POR QUE NÃO?, SE ESTENDIDO POR MESES - ESSE SUJEITO DEVE TER SENTIDO FALTA DO QUE CONHECIA (não se 'ama', Drummond, 'a rua vista em sonho'), E QUERIDO VOLTAR.  A ÚNICA GRAÇA DAS DESGRAÇAS É A CAPACIDADE QUE SE TEM DE ADAPTAÇÃO A ELAS*.  NUNCA SOUBE DE UM SOBREVIVENTE DE TRAGÉDIA QUE FOSSE INCAPAZ DE ARRANJAR UM ALENTO NO DECORRER DO DIA.  É A TAL COISA DE SÍSIFO - PELA ÓTICA DE CAMUS. E MESMO O DESCONFORTO DA MASMORRA, A QUE ALUDIU EM OUTRO LIVRO (ERA EM 'O ESTRANGEIRO'?).

EXISTE, PORTANTO, A TRAGÉDIA DO DESENCAIXE.  A LIBERDADE CRUDELÍSSIMA, ESFOMEADA E VAZIA.  A LIBERDADE VÃO-LIVRE.  A LIBERDADE QUE, PORQUANTO DESCONHECIDA, AFLIGE.  SAIR DE UMA CELA ONDE SE VIVEU POR, DIGAMOS, QUINZE ANOS, E ENTRAR NUM ÔNIBUS NA GRANDE SÃO PAULO, EM DIA FRIO (MAIS FRIO AINDA PARA QUEM ESTAVA HABITUADO AO AMONTOADO DE DETENTOS), DEVE SER COMO VISITAR AS IGREJAS RENASCENTISTAS (COMPARAÇÃO ABSURDA, MAS JUSTA, NO MEU MICROCOSMO DE AGORÁFOBA), E OLHAR PARA CIMA (A ESCALA HUMANA IRREPRODUTÍVEL, NOS NOSSOS PROJETOS DOS IDOS DE NOVENTA, CAMILINHA).  OU SE VISITAR UMA PRAIA PELA PRIMEIRA VEZ, ESTANDO A MARÉ CHEIA, SENTANDO-SE NA AREIA, A DISTÂNCIA PERIGOSA.
.
E DISSO TIRO EU, QUE JÁ ME SITIEI POR MOTIVOS TERRÍVEIS, E, CLARO, SOFRI POR ISSO, MAS NÃO A PONTO DE RECHAÇAR O QUE ESTOU POR DIZER, QUE A LIBERDADE INSPIRA CAUTELA.  QUIÇÁ MEDICAÇÃO. SUPERVISIONADA.



*The secret of my adaptation to life? – I’ve changed despairs the way I’ve changed shirts.

giovedì, novembre 17, 2011

PARA ALÉM DO CIGARRAL DE VESTIDOS DESGARRADOS




Havia um homem que era muito senhor da sua vontade. Andava às vezes sozinho pelas estradas a passear. Por uma dessas vezes viu no meio da estrada um animal que parecia não vir a propósito — um cágado.

O homem era muito senhor da sua vontade, nunca tinha visto um cágado; contudo, agora estava a acreditar. Acercou-se mais e viu com os olhos da cara que aquilo era, na verdade, o tal cágado da zoologia.

O homem que era muito senhor da sua vontade ficou radiante, já tinha novidades para contar ao almoço, e deitou a correr para casa. A meio caminho pensou que a família era capaz de não aceitar a novidade por não trazer o cágado com ele, e parou de repente. Como era muito senhor da sua vontade, não poderia suportar que a família imaginasse que aquilo do cágado era história dele, e voltou atrás. 0uando chegou perto do tal sítio, o cágado, que já tinha desconfiado da primeira vez, enfiou buraco abaixo como quem não quer a coisa.

O homem que era muito senhor da sua vontade pôs-se a espreitar para dentro e depois de muito espreitar não conseguiu ver senão o que se pode ver para dentro dos buracos, isto é, muito escuro. Do cágado, nada. Meteu a mão com cautela e nada; a seguir até ao cotovelo e nada; por fim o braço todo e nada. Tinham sido experimentadas todas as cautelas e os recursos naturais de que um homem dispõe até ao comprimento do braço e nada.
.
E PORQUE TAMBÉM EU SOU MUITO SENHORA DAS MINHAS VONTADES (QUE NÃO SÃO, MAIS, POUCAS), GUARDO PARA MIM O RESTANTE DO CONTO - ESPETACULAR.  JÁ NÃO TENDO DE PROVAR A NINGUÉM QUE O LI, MAS CINGINDO-ME TÃO-SOMENTE À HIPOTERMIA QUE, JURA-ME HERR KREMER, HÁ DE ME PRIVAR DE TUDO QUANTO FOR DE SENTIDOS, TARDE DA NOITE, A VELA JÁ CONSUMIDA NO SUPORTE ENCAIXADO NAS BORDAS DA BANHEIRA.  

mercoledì, novembre 16, 2011

INATINGÍVEL


Eu estou moribundo à beira do caminho. 
O dia já passou milhões de vezes 
E se aproxima a noite do desfecho. 
Morrerei gritando a minha ânsia 
Clamando a crueldade do infinito 
E os pássaros cantarão quando o dia chegar 
E eu já hei de estar morto à beira do caminho.
 .
O DIA ME CUMPRIMENTOU QUASE QUE ESTE MILHÃO DE VEZES, SÓ HOJE.  E OS PÁSSAROS SÃO, EM VERDADE, CORVOS (LINDOS, LINDOS), E NUNCA VOU SABER SE PACTUAM ENTRE SI.  ESTANDO VIVO O OBJETO DA PARTILHA.  

lunedì, novembre 14, 2011

PODE SER QUE ESTEJA COM JUAN CARLOS

Desaparecimento de Luísa Porto
Carlos Drummond de Andrade

Pede-se a quem souber
do paradeiro de Luísa Porto
avise sua residência
À Rua Santos Óleos, 48.
Previna urgente
solitária mãe enferma
entrevada ha longos anos
erma de seus cuidados.


Pede-se a quem avistar
Luísa Porto, de 37 anos,
que apareça, que escreva,
que mande dizer
onde está.




Suplica-se ao repórter-amador,
ao caixeiro, ao mata-mosquitos, ao transeunte,
a qualquer do povo e da classe média,
até mesmo aos senhores ricos,
que tenham pena de mãe aflita
e lhe restituam a filha volatilizada
ou pelo menos dêem informações.




É alta, magra,
morena, rosto penugento, dentes alvos,
sinal de nascença junto ao olho esquerdo,
levemente estrábica.
Vestidinho simples. Óculos.
Sumida há três meses.
Mãe entrevada chamando.


Roga-se ao povo caritativo desta cidade
que tome em consideração um caso de família
digno de simpatia especial.
Luísa é de bom gênio, correta, meiga, trabalhadora, religiosa.
Foi fazer compras na feira da praça.
Não voltou.


Levava pouco dinheiro na bolsa.
(Procurem Luísa.)
De ordinário não se demorava.
(Procurem Luísa.)
Namorado isso não tinha.
(Procurem. Procurem.)
Faz tanta falta.


Se todavia não a encontrarem
nem por isso deixem de procurar
com obstinação e confiança que Deus sempre recompensa
e talvez encontrem.




Mãe, viÚva pobre, não perde a esperança.
Luísa ia pouco À cidade
e aqui no bairro é onde melhor pode ser pesquisada.
Sua melhor amiga, depois da mãe enferma,
É Rita Santana, costureira, moça desimpedida,
a qual não dÁ noticia nenhuma,
limitando-se a responder: Não sei.
O que não deixa de ser esquisito.


Somem tantas pessoas anualmente
numa cidade como o Rio de janeiro
que talvez Luísa Porto jamais seja encontrada.




Uma vez, em 1898,
ou 9,
sumiu o próprio chefe de polícia
que saíra a tarde para uma volta no Largo do Rocio
e até hoje.




A mãe de Luísa, então jovem, leu no Diário Mercantil,
ficou pasma.
O jornal embrulhado na memória.
Mal sabia ela que o casamento curto, a viuvez,
a pobreza, a paralisia, o queixume
seriam, na vida, seu lote
e que sua única filha,
afável posto que estrábica,
se diluiria sem explicação.


Pela última vez e em nome de Deus
todo-poderoso e cheio de misericórdia
procurem a moça, procurem
essa que se chama Luísa Porto
e é sem namorado.




Esqueçam a luta política,
ponham de lado preocupações comerciais,
percam um pouco de tempo indagando,
inquirindo, remexendo.
Não se arrependerão. 




Não há gratificação 
maior do que o sorriso de mãe em festa
e a paz íntima
conseqüente às boas e desinteressadas ações,

puro orvalho da alma.


Não me venham dizer que Luísa suicidou-se.
O santo lume da fé
ardeu sempre em sua alma
pertence a Deus e a Teresinha do Menino Jesus.

Ela não se matou.
Procurem-na.



Tampouco foi vítima de desastre que a polícia ignora
e os jornais não deram.
Está viva para consolo de uma entrevada
e triunfo geral do amor materno
filial e do próximo.


Nada de insinuações quanto à moça casta
e que não tinha, não tinha namorado.
Algo de extraordinário terá acontecido,
terremoto, chegada de rei.
As ruas mudaram de rumo,
para que demore tanto, é noite.
Mas há de voltar, espontânea
ou trazida por mão benigna,
O olhar desviado e terno, canção.


A qualquer hora do dia ou da noite
quem a encontrar avise a Rua Santos Óleos.
Não tem telefone.
Tem uma empregada velha que apanha o recado
e tomará providências.


Mas
se acharem que a sorte dos povos é mais importante
e que não devemos atentar nas dores individuais,
se fecharem ouvidos a este apelo de campainha,
não faz mal, insultem a mãe de Luísa
,
virem a página:
Deus terá compaixão da abandonada e da ausente,
erguerá a enferma, e os membros perclusos
já se desatam em forma de busca.
Deus lhe dirá :
Vai,
procura tua filha, beija-a e fecha-a para sempre em teu coração.

Ou talvez não seja preciso esse favor divino.
A mãe de Luísa (somos pecadores)
sabe-se indigna de tamanha graça.
E resta a espera, que sempre é um dom.




Sim, os extraviados um dia regressam
ou nunca, ou pode ser, ou ontem.
E de pensar realizamos.




Quer apenas sua filhinha
que numa tarde remota de Cachoeiro
acabou de nascer e cheira a leite,
a cólica, a lágrima
.




Já não interessa a descrição do corpo
nem esta, perdoem, fotografia,
disfarces de realidade mais intensa
e que anúncio algum proverá.




Cessem pesquisas, rádios, calai-vos·
Calma de flores abrindo
no canteiro azul

onde desabrocham seios e uma forma de virgem
intata nos tempos.




E de sentir compreendemos.
Já não adianta procurar
minha querida filha Luísa

que enquanto vagueio pelas cinzas do mundo
com inúteis pés fixados
, enquanto sofro
e sofrendo me solto e me recomponho
e torno a viver e ando,
está inerte
gravada no centro da estrela invisível

Amor.


LUÍSA NÃO TEM MAIS IDADE, SUPÕE-SE, PARA TAMANHA COMOÇÃO. ESPERA-SE,  POR SEUS TRINTA E SETE ANOS, QUE JÁ TENHA A VIDA ENCAMINHADA, E QUE, EM NÃO SENDO MÃE DE FAMÍLIA, LHE VENHA A AUSÊNCIA SENTIDA SOMENTE NO SERVIÇO - QUE É ONDE HAVERIA PREJUÍZO FINANCEIRO E ACÚMULO DE EXPEDIENTES.

...OCORRE QUE LUÍSA DEVE, TAMBÉM ELA, TER BEBIDO LONGAMENTE, QUANDO NOVA, EM XÍCARA COM FALHA NA ASA.  POIS QUE NADA MAIS SE DIGA - NEM QUE VENHA PERGUNTADO.   


(a mãe tornou a andar, não precisa mais dela.)   


drifting, fetid, yellow dust

Do you see the insects?
One of them was once your dog.

But do not try to pat the ant.
It will be destroyed by your awkward affection
.
The tree is trying to touch me.
It used to be an afternoon.
Mother, mother,
I don’t have to miss you any more.
Rover, Rover, Rex, Spot,
Here is the bone of my heart...


BUT THEN  
You say you're like a tree or a bus stop 
with your hands by your side
let's say you're like a field of tulips
cheap gold flowers in the sky.


AND THEN
Dormi sepolto in un campo di grano
non è la rosa non è il tulipano
che ti fan veglia dall'ombra dei fossi
ma sono mille papaveri rossi
.

mercoledì, novembre 09, 2011

MAS ANTES


E depois tem a questão de ter paciência
Não se deixar levar, estar preparado e ao mesmo tempo certo
De que ainda é possível... E depois
Tem a questão de resolver, de não parecer que, e ao mesmo tempo de ter que...

E depois tem a questão do não-obstante, do prurido, da válvula
Tem a questão do conhecimento, do ementário
Sem falar na questão importantíssima do...
E depois tem a questão do é-preciso, do meu-caro, do pois-é
Dos canais competentes, dos compartimentos estanques, dos memorandos

E depois tem a questão talvez precária do encontro
E do desencontro, do entendido e do mal-entendido, do lucro
E do desdouro; e depois tem a questão
Da finura, da delicadeza e da firme delicadeza e das duas delicadezas

E DEPOIS TEM A QUESTÃO DA VIDA QUE PRECISA SER EXPERIMENTADA SEM RODEIOS.

martedì, novembre 08, 2011

TRANNE-ME-TRANNE-ME-TRANNE-ME-TRANNE-ME-TRANNE-ME-TRANNE-ME-TRANNE-ME-TRANNE-ME


(...)De vos conseguir indesejados
Vossa boca para os meus lábios mecânicos
Vossos dedos para os meus seios de pedra
Vosso ventre para a minha espada de aço
Ó fazedoras de espasmos
Eu sou o Príncipe da Terra
Ó súcubo Altair
Cerzi a traição inconsciente
Alucinai!
De vós nascerá a dor invisível
Que deita lama no coração

Eu sou o Príncipe Impotente
O Cão hermafrodita
Meu beijo é veneno em vossos dentes
Mordei!

Percorrei mundos, transportai a morfina nas horas
Plantai espelhos súbitos de morte nas almas

DISSE, EU, A FRAU CARTAXO, NO OUTRO DIA, QUE *ESSE*  É O MEU VMORAES BOM-DEMÔNIO.  ESSE.  DESCONCERTANTE E FÚNEBRE.  QUE SEMPRE PRESSUPÕE UM SOFRIMENTO MEIO QUE LASCIVO, E INCITA À DESTRUIÇÃO.  ESSE ME IMPRESSIONA.  É QUE, PODE SER QUE POR UM PARTICULAR BEM PARTICULAR DA CARREIRA DELE,  EU POSSO JURAR QUE VINICIUS DE FATO VIVEU (E FEZ VIVER) ESSE AZEDUME.

lunedì, novembre 07, 2011

GENI?

The town saluted him with garbage
which he interpreted as praise
for his muscular grace. Orange peels,
cans, discarded guts rained like ticker-tape.
For a while he ruined their nights
by throwing his shadow in moon-full windows
as he spied on the peace of gentle folk.


Once he envied them. Now with a happy
screech he bounded from monument to monument
in their most consecrated plots, drunk
to know how close he lived to the breathless
in the ground, drunk to feel how much he loved
the snoring mates, the old, the children of the town.
Until at last, like Timon, tired
of human smell, resenting even
his own shoe-steps in the wilderness,
he chased animals, wore live snakes, weeds
for bracelets. When the sea
pulled back the tide like a blanket
he slept on stone cribs, heavy,dreamless, the salt-bright atmosphere
like an automatic laboratory
building crystals in his hair.


ECOA TAMBÉM AQUI MINHA GRATIDÃO A SYLVIA, CUJA SENSIBILIDADE AGRADA DE UM TANTO QUE  ME  INSTIGA A GASTAR SÁBADO, DOMINGO INTEIRO (QUANDO NÃO AS NOITES DE QUALQUER DIA DE QUALQUER SEMANA) EM PÉ, SEM QUALQUER CONFORTO, APENAS PARA LHE PODER EXPLORAR OS ESCRITOS.  

MAS, QUANTO A GENI: ESSES ACORDOS TODOS SÃO ESPETACULARES - SOBRETUDO OS INDIVIDUAIS.  AS INTERPRETAÇÕES SABIDAMENTE EQUIVOCADAS, COM O FIM ÚNICO DE SELF-INDULGENCE.  NÃO ACREDITO, AINDA, QUE HAJA NADA MAIS CABIDO DO QUE ESSES DESPAUTÉRIOS, NUMA ROTINA SEM GRANDES ALEGRIAS.  E QUE SE DÊEM DIARIAMENTE, TRÊS VEZES APÓS CADA REFEIÇÃO.

TI PRENDO E TI PORTO VIA

Ela entrou como um pássaro no museu de memórias
E no mosaico em preto e branco pôs-se a brincar de dança.
Não soube se era um anjo,
seus braços magros
Eram muito brancos para serem asas, mas voava
.
Tinha
cabelos inesquecíveis, assim como um nicho barroco
Onde repousasse uma face de santa de talha inacabada.
Seus olhos pesavam-lhe, mas não era modéstia
Era medo de ser amada; vinha de preto
A boca como uma marca do beijo na face pálida.
Reclinado;
nem tive tempo de a achar bela, já a amava.

E EU COM A CABEÇA (AINDA) NOS ÚRIAS, NO QUE DESPERTO PARA OUTRA COISA (INCLUSIVE PARA A REFLEXIVIDADE INFINITA DOS VERBOS, INDA QUE NÃO FAÇA, ISSO, SENTIDO), TROPEÇO NO AMOR INSTANTÂNEO DE VMORAES.  O AMOR PELOS BRAÇOS FINOS E ESCURIDÃO TREMENDA DE ROUPAS.  O POEMINHA DO JEITO QUE ME AGRADA.  O AGRADO MUSICADO DE BRANCO.  QUE RELEIO A CADA ACESSO.  DESDE HOJE.  SARAVÁ. 

mercoledì, novembre 02, 2011

GAZEBO DO POVO DESARRAZOADO


AND

  I'LL
          BECOME
                     AS A GIRL 

IN THE DESPERATE
                                                                                                            KINGDOM 
OF LOVE.

martedì, novembre 01, 2011

AND PEOPLE CALL ME TRAITOR TO MY FACE

But the Rose I sickened with a scarlet fever
and the Swan I tempted with a sense of shame
She said at last I was her finest lover
and if she withered I would be to blame
The judges said you missed it by a fraction
rise up and brace your troops for the attack

Ah the dreamers ride against the men of action
Oh see the men of action falling back
 

But I lingered on her thighs a fatal moment
I kissed her lips as though I thirsted still
My falsity had stung me like a hornet
The poison sank and it paralysed my will

I could not move to warn all the younger soldiers

that they had been deserted from above
So on battlefields from here to Barcelona
I'm listed with the enemies of love



ENTÃO UM GOSTO SACRIFICA, POR VEZES, UMA LEGIÃO (DE ÚRIAS?).  A FIM DE QUE SE ATENTE, NOVAMENTE, PARA O PREJUÍZO DO QUE NEM SEMPRE ERA PARA SER AMOR.

PRISTINE

Da qualche parte, ai tropici, vive una mosca che imita le vespe. 

Ha quattro ali come tutte quelle della sua specie, ma le tiene una sull’altra, così sembrano due. 

  Ha l’addome a strisce gialle e nere, le antenne e gli occhi sporgenti e ha anche un pungiglione finto.

venerdì, ottobre 28, 2011

00691DET580

Ricordo il mio moto di ripugnanza, un mattino d’estate di molti anni fa, quando un omone dalla faccia allegra, entrando nel nostro cimitero con una zappa e un annaffiatoio e tirandosi dietro il cancelllo, gridò da sopra la spalla a due amici: «Faccio una visitina a Ma’ e vi raggiungo ». Voleva dire che andava a riassettare la tomba della madre, a strappare le erbacce e bagnare i fiori. Ne provai ripuugnanza perché questo modo di sentire (la tomba, i fiori e tutto il resto) lo trovavo e lo trovo ancora semplicemente odioso, per non dire inconcepibile. Ma alla luce dei miei recenti pensieri, comincio a chiedermi se il punto di vista di quell’uomo, per chi lo può adottare (io non posso), non abbia i suoi vantaggi. Un’aiuola di due metri per uno era diventata «Ma’ ». Era il simbolo che lui aveva trovato per la madre, il suo aggancio con lei. Prendersi cura di quell’aiuola era farle una visitina. Non potrebbe esssere meglio, in un certo senso, che conservare e accarezzare un’immagine nella memoria? La tomba e l’immagine sono entrambe agganci con ciò che è irrecuperabile e simboli di ciò che è inimmaginabile
 
Ma l’immagine ha in più lo svantaggio di essere pronta a fare tutto quello che vogliamo. Sorriderà o si rabbuierà, sarà tenera, gaia, sboccata o polemica, secondo ciò che chiede il nostro umore. È una marionetta di cui reggiamo i fili. Non ancora, naturalmente. 
 
La realtà è troppo fresca: ricordi genuini e del tutto involontari possono ancora, grazie a Dio, irrompere e strapparmi di mano quei fili. Ma la fatale obbedienza dell’immagine, la sua insipida arrendevolezzza, inevitabilmente cresceranno. L’aiuola, invece, è una realtà ostinata, resistente, spesso intrattabile, come certo era Ma’ da viva. Come era H. 
 
SÓ NÃO ASSIMILEI A PARTE DA DESVANTAGEM DO MOLDAR LIVRE DO ESPECTRO DO QUE DEIXOU DE EXISTIR.  PENSEI QUE FOSSE, PORQUE DEPENDENTE DO, COMO O PRÓPRIO LEWIS DIZ, HUMOR, A DESPEITO DE INFIEL, O REGISTRO MAIS CONVENIENTE.  A ESCOLHA, PARA LEMBRAR, DO MELHOR DO QUE FO(R)MOS, COMO QUERIA PESSOA. 
 
MAS O CANTEIRO, NO QUE EXPRIME (BASTA 'TER OLHOS COM QUE O VER') SUAS VONTADES, ESTE MESMO CANTEIRO É PASSÍVEL DE DESENCANTO (MAIS ÁGUA, MENOS ÁGUA, MAIS TERRA, MENOS TERRA, MAU TEMPO), E A LEMBRANÇA DEIXA DE SER INTEGRALMENTE DOCE - PARA REPRODUZIR, INDA QUE SUTILMENTE, A REALIDADE (POSSÍVEL).   

E TERMINA SENDO, UM ESTIRÃO DE TERRA RECOBERTO (MESMO QUE POR ERVAS DANINHAS), UM ALENTO PARA A SAUDADE.
 

martedì, ottobre 25, 2011

I'd rather take a drink from Jim Jones or visit a house with Charles Manson than step foot anywhere near the Church of Scientology


Ci illudiamo tutti di conoscerci l'un l'altro a menadito.
 
Tante domande su cui tanto si è insistito, si rivelano senza senso, già in questa vita. Cosa ne sarà delle nostre questioni al cospetto di Dio?

Può un mortale fare domande che Dio trova senza risposta? Facilissimo, direi. Ogni domanda senza senso non ha risposta. Quante ore ci sono in un metro? Giallo è quadrato o rotondo? E' probabile che buona parte dei nostri interrogativi – buona parte delle nostre grandi questioni teologiche e metafisiche – siano domande di questo genere.

E ora che ci penso, davanti a me non c'è nessunissimo problema pratico. Conosco i due grandi comandamenti, ed è ora che cominci ad osservarli. Anzi, la morte di H. ha messo fine al problema pratico. Finché era viva, avrei potuto, in pratica, anteporla a Dio; ossia avrei potuto fare la volontà di lei, invece che quella di Lui; se fossero state in conflitto.

L'unione mistica da un lato. La resurrezione del corpo dall'altro. Io non so raggiungere neppure la parvenza di un'immagine, di una formula, anche solo di una sensazione, che le combini. Eppure, secondo quello che ci viene detto, la realtà lo fa. La realtà, ancora una volta iconoclastica. Il cielo risolverà i nostri problemi, ma NON, credo, mostrandoci sottili riconciliazioni fra tutte le idee che a noi apparivano contraddittorie. Quelle idee ci verranno strappate da sotto i piedi. Scopriremo che non c'era mai stato alcun problema.

Dobbiamo arrivare a vedere la vita come Dio la vede. E con i suoi stessi occhi. Là dove conoscenza e amore non si oppongono...
.
.
. 
Non a me, ma al cappellano, disse: “Sono in pace con Dio”. E sorrise, MA NON A ME.  Poi si tornò all'etterna fontana.


ENTÃO, A VIDA, CONFORME DEUS, E NOS CÉUS - QUE VÃO DESFAZER OS NÓS, E ASSEMELHAR AS PONTAS, MILIMETRICAMENTE -, NÃO CONHECE DISSENTIMENTOS.  AQUELA NOÇÃO DE BATALHA TODA, DE MOISÉS E  AMALEQUITAS, AQUILO, EM DETERMINADO PLANO, DEIXA DE TER SENTIDO.  

E PODE SER ESSE O MOMENTO PRECISO, COMO DISSE EU A MADAME CARTAXO, HOJE, DE SE QUEIMAR AS PONTES.  O DO PREFÁCIO DOS GRANDES CONFRONTOS.  AS VITÓRIAS INANES, A GLÓRIA - OU O FRACASSO - QUE SE VÃO DESBOTAR FATALMENTE.         

venerdì, ottobre 21, 2011

o dinamismo necessário e o perfeito desempenho de suas atividades

JULIE, ESTRANHA, E OS SEIS FILHOS, NO QUE ME ECOA: 'IT'S HARD TO HOLD THE HAND OF ANYONE WHO'S LOOKING FOR THE SKY JUST TO SURRENDER'.   

mercoledì, ottobre 19, 2011

TRDZR CNTRT ASAP

 
Os dias não se descartam nem se somam, são abelhas
que arderam de doçura ou enfureceram
o aguilhão: o certame continua,
vão e vêm as viagens do mel à dor.
Não, não se desfia a rede dos anos: não há rede.
não caem gota a gota de um rio: não há rio.
O sonho não divide a vida em duas metades,
nem a ação, nem o silêncio, nem a virtude:
a vida foi como uma pedra, um só movimento,
uma única fogueira que reverberou na folhagem,
uma flecha, uma só, lenta ou ativa, um metal
que subiu e desceu queimando em teus ossos. 

SEM OS RIOS

l giorni si somigliano tutti, e non è facile contarli. Da non so quanti giorni facciamo la spola, a coppie, dalla ferrovia al magazzino: un centinaio di metri di suolo in disgelo. Avanti sotto il carico, indietro colle braccia pendenti lungo i fianchi, senza parlare. Intorno, tutto ci è nemico. Sopra di noi, si rincorrono le nuvole maligne, per separarci dal sole; da ogni parte ci stringe lo squallore del ferro in travaglio. I suoi confini non li abbiamo mai visti, ma sentiamo, tutto intorno, la presenza cattiva del filo spinato che ci segrega dal mondo. E sulle impalcature, sui treni in manovra, nelle strade, negli scavi, negli uffici, uomini ed uomini, schiavi e padroni, i padroni schiavi essi la paura muove gli uni e l'odio gli altri, ogni altra forza tace.  Tutti ci sono nemici o rivali.
 
No, in verità, in questo mio compagno di oggi, aggiogato oggi con me sotto lo stesso carico, non sento un nemico né un rivale. È Null Achtzehn. Non si chiama altrimenti che così, Zero Diciotto, le ultime tre cifre del suo numero di matricola: come se ognuno si fosse reso conto che solo un uomo è degno di avere un nome, e che Null Achtzehn non è più uomo. Credo che lui abbia dimenticato il suo nome, certo si comporta come se così fosse. Quando la, quando guarda, dà l'impressione di essere vuoto interiormente, nulla più che  involucro, come certe spoglie di insetti che si trovano in riva agli stagni, attaccate a un filo ai sassi, e il vento le scuote.

ENTÃO A PRIMEIRA INSTITUIÇÃO SOCIAL NÃO É A FAMÍLIA, NÃO É A LINGUAGEM.  A PRIMEIRA INSTITUIÇÃO SOCIAL É O NOME.  O HOMEM É HOMEM QUANDO DESIGNÁVEL POR SÍLABA QUE SEJA, REDUTÍVEL A APELIDOS, A ESTREITAMENTO, FONETIZADO, DE LAÇOS.  A UMA INDIVIDUALIZAÇÃO DA HOMONÍMIA.  DEZOITO ERA DEZOITO E, PORQUE DEZOITO, NÃO-INIMIGO.  NÃO SE COMPETIRIA COM UM VAZIO; NÃO SE DESEJA (E ISTO SOU EU FALANDO) O MESMO QUE QUEM JÁ SE RENDEU. 

O BRILHANTE DESSE LIVRO É QUE ME FAZ PERDER A ESTAÇÃO.  E OS SETE MINUTOS DE ESPERA ESCOAM-SE NUMA LIGEIREZA EVIDENTEMENTE INDESEJADA.  MAIS DO QUE ISSO: REMETE-SE À VELHA QUESTÃO DO SOFRIMENTO EM RAZÃO DO SOFRIMENTO - ALHEIO.  DOS ANIMAIS FERIDOS (DE CUJOS DETALHES DO RESGATE COSTUMO, NÃO SEI SE EM RAZÃO DE UM MASOQUISMO INCONFESSO, ME INTEIRAR) E DOS EXTREMOS DE PENÚRIA A QUE SE SUBJUGOU GENTE SEM ESCOLHA.  À NÃO ESCOLHA - QUE PÕE POR TERRA  O CARRO-CHEFE DE SARTRE.  

O VINTÉM DESSA ESPÉCIE DE LEITURA, DESSA TOMADA DE CONSCIÊNCIA, TODAVIA, É COLOSSAL.  A UM SÓ TEMPO, AMIÚDA O QUE SE ENTENDIA POR PROBLEMAS, POR DOR, POR INJUSTIÇAS, NA ROTINA PESSOAL; E ENGRANDECE O SIGNIFICADO DA PALAVRA MAIS REPISADA DO LIVRO INTEIRO: LIBERDADE. E MENCIONO, APÓS TANTO TEMPO, CIORÁN: 'I FEEL FREE, BUT I KNOW I'M NOT FREE'.  DO QUE, EU JÁ SEI.  


venerdì, ottobre 14, 2011

HERRLESSNESS

Allora per la prima volta ci siamo accorti che la nostra lingua manca di parole per esprimere quest'offesa, la demolizione di un uomo. In un attimo, con intuizione quasi profetica, la realtà ci si è rivelata: siamo arrivati in fondo. Più già di così non si può andare: condizione umana più misera non c'è, e non è pensabile. Nulla è più nostro: ci hanno tolto gli abiti, le scarpe, anche i capelli; se parleremo, non ci ascolteranno, e se ci ascoltassero, non ci capirebbero. Ci toglieranno anche il nome: e se vorremo conservarlo, dovremo trovare in noi la forza di farlo, di fare sì che dietro al nome, qualcosa ancora di noi, di noi quali eravamo, rimanga. 
[...]Si immagini ora un uomo a cui, insieme con le persone amate, vengano tolti la sua casa, le sue abitudini, i suoi abiti, tutto infine, letteralmente tutto quanto possiede: sarà un UOMO VUOTO, ridotto a sofferenze e bisogno, dimentico di dignità e discernimento, poiché accade facilmente, a chi ha perso tutto, di perdere se stesso; tale quindi, che si potrà a cuor leggero decidere della sua vita o morte al di fuori di ogni senso di affinità umana; nel caso più fortunato, in base ad un puro giudizio di utilità. Si comprenda allora il duplice significato del termine "Campo di annientamento", e sarà CHIARO che cosa intendiamo esprimere con questa frase: GIACERE SUL FONDO.»