martedì, marzo 30, 2010

CUCU, RESSURGIDO DA MINHA ESTANTE

UMA MÃO NO FLANCO É MEIO INCÔMODO PARA DORMIR. NATÁLIA MANUR DESLIZA UM POUCO PARA A SUA BEIRA DE CAMA, A MÃO SE AFASTA, CAI MOLEMENTE NO LE3NÇOL BRANCO COMO UM MEMBRO ANESTESIADO (O BRAÇO METIDO NA MANGA VERDE). MANUR É O PROPRIETÁRIO DE NATALIA MANUR, MAS HOJE NÃO DÁ NENHUMA ORDEM NEM EXIGE NADA. TAMBÉM VIRA DE LADO, COMO EU FAZIA AO NOTAR QUE O SONO DE BERTA HAVIA CHEGADO E OLHAVA PARA A PAREDE NUA COM O CALENDÁRIO ITALIANO (APRILE, GIUGNO, SETTEMBRE), E ADORMECE QUASE INSTANTANEAMENTE. NATALIA NÃO DORME, MAS NÃO QUER SE MEXER PARA NÃO TORNAR A ENTRAR EM CONTATO COM O CORPO DO MARIDO. SE TENTAR APAGAR O ABAJUR DE OUTRO LADO, ROÇARÁ EM MANUR E ELE PODERÁ ACORDAR. E SE ACORDAR AGORA, RECÉM-ADORMECIDO, NÃO VOLTARÁ A CONCILIAR O SONO. NATALIA MANUR SENTE O PEITO ESQUERDO DOLORIDO. O CHEIRO DE MANUR JÁ ESTÁ SE DISSIPANDO, COMO SE SÓ EMANASSE DURANTE A VIGÍLIA, COMO SE FOSSEM SEUS OLHOS FERINOS QUE O EXALASSEM. JÁ ESTÃO FECHADOS. A LUZ DA MESINHA -DE-CABECEIRA FICARÁ ACESA A NOITE INTEIRA E OS SOBRESSALTARÁ DE MANHÃZINHA.

O CHEIRO DISSIPADO. POSSO ESTAR NO PRECIPÍCIO DO GRANDE VALE SENTIMENTAL A QUE ESTA ÉPOCA DO ANO ME REMETE, MAS - E ME ENCABULO POR ISTO - EXSUDO NÃO MEDO, EM ABSOLUTO!, MAS UM ENCANTAMENTO SÓRDIDO POR ISTO: O POSSÍVEL RETORNO. O RETORNO DAS TERÇAS-FEIRAS PENOSAS.

***POR HONRA E TEIMOSIA, RESSUSCITEMOS O MARÍAS. LIVRO EMPOEIRADO NA ESTANTE-MAUSOLÉU É PECADO.

STARLA, CORTICOIDEANDO O ANULAR

Voy a quedarme aquí todo el tiempo que haga falta. Estoy esperando la casualidad de mi vida, la más grande, y eso que las he tenido de muchas clases. SI. Podría contar mi vida uniendo casualidades.

Es bueno que las vidas tengan varios circulos, pero la mia, mi vida, solo ha dado la vuelta una vez, y no del todo, falta lo más importante. He escrito tantas veces su nombre dentro. Y aquí, ahora mismo, no puedo cerrar nada.

...............................................................Estoy solo

lunedì, marzo 29, 2010

I don't remember where I came from

OS TRÊS JÁ O FIZERAM. E NUM DOMINGO DESSES, NUM EU-NEM-SEI-POR-QUÊ, VEM-ME A SENSAÇÃO DE AUTODESMERECIMENTO. ESTOU USANDO SEUS SANTOS NOMES EM VÃO.

É ISSO.

mercoledì, marzo 24, 2010

HORA DE QUE NÃO QUERO FALAR, A HORA SEM NOME

Com mais sossego amemos
A nossa incerta vida.
À lareira, cansados não da obra
Mas porque a hora é a hora dos cansaços

A HORA EM QUE TUDO SE OLEAVA. EM QUE ELES SE ESQUIVAVAM DO MEU DESRESPEITO AO SONO NOTURNO. EM QUE TUDO ME EXPLODIA, E O CALOR MISERÁVEL DO SOL DA TARDE, CONTINGENCIADO PELO TOLDO, AGORA NOS ATACAVA.

E EU PEDI A MEU DEUS, PELA PRIMEIRA VEZ, MAIS DO QUE PAZ. EU PEDI ILUMINÂNCIA.

DESCULPA-MEDESCULPA-MEDESCULPA-MEDESCULPA-MEDESCULPA-MEDESCULPA-MEDESCULPA-MEDESCULPA-MEDESCULPA-ME

Tua sedução é menos
de mulher do que de casa;
pois vem de como é por dentro
ou por detrás da fachada.

(...)

uma casa não é nunca
só para ser contemplada;
melhor: somente por dentro
é possível contemplá-la.

Seduz pelo que é dentro,
ou será, quando se abra;
pelo que pode ser dentro
de suas paredes fechadas;

pelo que dentro fizeram
com seus vazios, com o nada;
pelos espaços de dentro,
não pelo que dentro guarda;

(...)

exercem sobre esse homem
efeito igual ao que causas:
a vontade de corrê-la
por dentro, de visitá-la.

EU ENXERGO AS PESSOAS-CASA. MAS SÓ AGORA, DEPOIS DESTA IDADE. ANTES ENXERGAVA SÓ AS CASAS, NÃO ME DETINHA NA ESTAMPA. E NÃO ME ENXERGAVAM, PORQUE QUEM É QUE ENTENDE ESSA SENSIBILIDADE MONSTRUOSA, QUE DESPREZA TUDO QUANTO NÃO SEJA ALMA?

E HOJE, QUE SOU MULHER-CONGRESSO NACIONAL (COM SALÕES IMENSOS, DE NOMES QUE INVOCAM A COR DOS CARPETES, E GABINETEZINHOS MURADOS DE DIVISÓRIAS EM MADEIRA ANTIGA), HOJE EU SUSPENDO AS VISITAÇÕES, AS EXCURSÕES. PORQUE, NOVAMENTE, QUEM É QUE OSTENTA UMA SENSIBILIDADE MONSTRUOSA, QUE DESPREZA TUDO QUANTO NÃO SEJA ALMA?

lunedì, marzo 22, 2010

DE TUDO O QUE SE PENEIRA

Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
(...)
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
alguns roçado da cinza.

ANDO NOVAMENTE APAIXONADA. MEU PAI, OUVINDO-ME AS QUEIXAS POR CAUSA DOS AGRESTES, PONTUOU, ATÉ UM POUCO ALTERADO: 'REPARE NA MORTE E NA VIDA SEVERINA', QUE AQUILO ALI É LINDO'. E CÁ ESTOU, AQUIESCENDO COM CERTO EMBARAÇO - QUE DETESTO QUANDO TENHO DE DAR A ELE RAZÃO. A ÚNICA TORÇÃO DE BRAÇOS QUE DE FATO ME DÓI.

TAMBÉM EU JÁ TENTEI ABRANDAR UMAS PEDRAS, PORÉM O SUCESSO OCORRE, AQUI COMO SE EUFEMIZA NO MEU TRABALHO, 'OPORTUNAMENTE'. AÍ A SAÍDA TERMINA SENDO UMA ÚNICA. EM VERDADE, A SAÍDA É SE SENTAR NO FUNDO DO CUL-DE-SAC E ESPERAR ALGUMA PIEDADE DIVINA. ENFIM, EU DIZIA QUE A SAÍDA ÚNICA É A GENTE SE TOMAR POR PEDRA, E, SE METAMORFOSEAR. EM UMA COISA, ORAS, MAIS SUAVE E COMPASSIVA. IMPÉRVIA, ENTRETANTO. ...QUE ISSO É SEMPRE PRECISO.

venerdì, marzo 19, 2010

O FOGO É IMPORTANTÍSSIMO

the only thing I wanted to save
was a scar
a burn or two--
but my good demon said:
'Lay off documents!
The fire's not important!'

...

giovedì, marzo 18, 2010

COLISA AZUL DESMISTURADA

Even though you're the only one I see,
it's the last catastrophe.
Place your bets on chance and apathy
to the wind in front of you.

THROBBING.

PO QUE EU AMARIA PARIS

Coisa linda Vestida de noite, eu vou te amar tanto Mas tanto que o meu amor será captado Por todos os radares, e os radioamadores De todo o mundo permanecerão em vigília Para ouvir, banhados em lágrimas, pulsar o meu coração.

lunedì, marzo 15, 2010

HESTERNOS - DOISNOVEUM

...UM DIADORIM ASSIM MEIO SINGULAR, POR FANTASMA, APARTADO COMPLETO DO VIVER COMUM, DESMISTURADO DE TODOS, DE TODAS AS OUTRAS PESSOAS - COMO QUANDO A CHUVA ENTRE-ONDE-OS-CAMPOS. UM DIADORIM SÓ PARA MIM. TUDO TEM SEUS MISTÉRIOS. EU NÃO SABIA. MAS, COM MINHA MENTE, EU ABRAÇAVA COM MEU CORPO AQUELE DIADORIM - QUE NÃO ERA DE VERDADE. (...) EU DEVIA TER PRINCIPIADO A PENSAR NELE DUM JEITO QUE DECERTO COBRA PENSA: QUANDO MAIS-OLHA PARA UM PASSARINHO PEGAR. MAS - DE DENTRO DE MIM: UMA SERPENTE. AQUILO ME TRANSFORMAVA, ME FAZIA CRESCER DUM MODO QUE DOÍA E PRAZIA. AQUELA HORA, EU PUDESSE MORRER, NÃO ME IMPORTAVA.

O PEITO ESTOURANDO, A LOCOMOTIVA CARDIOTRAQUEAL EM LABAREDAS. NÃO POSSO DEIXAR DE ME REMETER A SUZANNE: FOR YOU'VE TOUCHED HER PERFECT BODY/WITH YOUR MIND.

PRONTO. ESTOU DESOPILADA, ENFIM. PASSO-ME AO RESTO, AOS DEMAIS APARTES.

1- ESSE JEITO DE MAIS-OLHAR... É PECAMINOSO SE AGIR ASSIM, COM GENTE? COM OS OUROS, AS LEGASPIS, OS AGILES, VÁ LÁ. MESMO AS MINHAS ALMÔNDEGAS DE SOJA. MAS COM GENTE? AMAR PODE CHEGAR ÀS RAIAS DA VIOLÊNCIA, PORTANTO? ENTÃO LÁ ME VOU EU SUPLICANDO (ANTES ERA QUASE-SOMENTE SUGERINDO, EU NÃO OUSAVA PERSUASÃO) A DEUS PARA ME DRENAR A TAL DA PANTURRILHA. QUE TENHO MEDO ('Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo/Tenho medo da vida, minha mãe.'). ACABOU-SE.

2- DESMISTURADO DE TODOS. NÃO É MAIS DESENCAIXE, É DESMISTURA. ACHEI ISSO TREZENTAS VEZES MAIS HONESTO E FIDEDIGNO, ENTÃO É ASSIM QUE FALAREI COM DJ, DORAVANTE. 'EU HOJE ACORDEI DESMISTURADA. EU HOJE PERDI A CORAGEM DE FALAR COM ALGUÉM. DE OLHAR PARA ALGUÉM. DE SAIR DO MEU NINHO.'

3- E VOCÊS VÃO ME CONDENAR, VOCÊS, QUE SE SABEM PRECISAMENTE QUEM, VOCÊS. VOCÊS VÃO ME CONDENAR SE EU DECLARAR, À MANEIRA DE RIOBALDO, QUE, MORRENDO, NÃO ME IMPORTAVA? QUE BEM QUE VI DE TUDO UM TANTO, E SENTI DE TUDO MAIS QUE UM MERO TANTO? QUE ESTOU TÃO CHEIA, MEU DEUS, QUE GOTEJO? TÃO CHEIA DE IMPRESSÕES, DE JULGAMENTOS (FUNDAMENTADOS), DE OBSESSÕES (MEU ROSA É A MAIS RECENTE), DE VONTADES? DE REMORSO E BILE? ...DE MIOPIA?

domenica, marzo 14, 2010

NO ÚTERO FUNDO

ESSA PROVA DE FOGO. PROVA, NÃO, PROVAÇÃO. IMPIEDOSÍSSIMA. COMO É QUE DEUS NÃO ME POUPA DESSE AMOR COMPRESSOR, QUE ME DEIXA PETRIFICADA POR HORAS, OLHANDO CENA DESSAS???

DESBASTANDO

QUANDO O FUEBOL ESMORECE,ABRE A BOCA UM SILÊNCIO ENORME, E OUVE-SE A VOZ DE CLARICE: VAMOS VOLTAR A FALAR NA MORTE? JOÃO CABRAL DE MELO NETO, NO AGRESTE, P.116.

ACABEI DE COMPRAR. MAIS UM MIMO, CONQUANTO AS FINANÇAS ESTEJAM CANSADAS DAS MINHAS PRODIGALIDADES RECENTÍSSIMAS.

AFASTA DE MIM ESSA MORINGA

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O AMOR É UM DEVASSO E UM INFIEL. O AMOR ATROPELA TUDO, E É ELE QUE ME ESTÁ, LITERALMENTE, RACHANDO A PANTURRILHA (coração venoso periférico). BOM, O CORAÇÃO ENVENENADO, EM VERDADE. E ANDA ME TURBANDO - DAQUI A TRÊS CENTÍMETROS E QUARENTA E DUAS HORAS, JÁ PASSA AO ESBULHO - O RESTO DO CORPO.

O CURIOSO É QUE ONTEM, DESNORTEADA - MAS, VEJA POR QUÊ: LÚCIDA FEITO O DIABO -, PEDI A DEUS PARA, PELO AMOR DELE MESMO (EU E MEUS SACRILÉGIOS), ME EXTIRPAR ESSE AMOR DANOSO. QUE EU JÁ NÃO AGÜENTO MAIS. QUE MEU SONO É BESTA E INTRANQÜILO. E ISSO INTERFERE NOS MEUS DIAS INTEIROS, E ME FAZ LAMBER A PATA DOS MENINOS. ENFIM, DAÍ PARA A VIOLÊNCIA, É UM PASSO. E MEU MEDO É QUE EU ESTEJA A MENOS DE TRÊS CENTÍMETROS E QUARENTA E DUAS HORAS DESSA FATALIDADE.

sabato, marzo 13, 2010

E QUE VOU CONHECER, MESMO QUE VIVA QUINQÜÊNIOS

MOUCA, AO SOM DAS CAMPAINHAS

Where could she be? Was that a minute or an hour? Where could she be? She turns the hours into days. Kill THE phone, cover the cage And wait for the doorbell to ring

COM OLHOS DE ARANHAS MUITO NEGRAS, TODA EM FITAS, SORRINDO AOS AZULEJOS. MINHA COLISA AZUL, MEU AZUL TÃO CLARO QUE SE ENEBLINA ANDA DISSOLUTO EM AFAZERES DE GENTE ADULTA. E EU, QUE TENHO MAIS SANGUE DO QUE CARNE, MAIS BRIOS (SIM, AOS SOLAVANCOS) DO QUE TODO O RESTO, EU ME SENTO. SEM PERSPECTIVA. A GAIOLA COBERTA. MAIS UMA VEZ.

giovedì, marzo 11, 2010

VERTIGINOSO

CONFESSO MINHA FRAQUEZA POR (...) E PELO BELO LINGUAJAR EM GERAL. MAS PODE ACREDITAR - É UMA FRAQUEZA DA QUAL [sic] ME RECRIMINO. BEM SEI QUE O GOSTO PELA FINA ROUPA BRANCA NÃO PRESSUPÕE OBRIGATORIAMENTE QUE SE TENHAM OS PÉS SUJOS. AINDA ASSIM. O ESTILO, COMO A POPELINE, DISSIMULA MUITAS VEZES O ECZEMA.

SABE QUEM É A MINHA POPELINE? SÓ QUERIA MEU ECZEMA MENOS PURULENTO, ÀS VEZES. ...PORQUE POPELINE NÃO É VELUDO.

martedì, marzo 09, 2010

LA CHUTE

EU ME CONVENCIA FACILMENTE DE QUE OS SERMÕES, AS PREGAÇÕES DECISIVAS, OS MILAGRES DE FOGO OCORRERAM EM ALTURAS ACESSÍVEIS. NO MEU ENTENDER, NÃO SE MEDITAVA EM MEDITERRÂNEOS OU NAS CELAS DE PRISÕES (A MENOS QUE FICASSEM NUMA TORRE, COM UMA AMPLA VISTA), NUM LUGAR DESSES AS PESSOAS MOFAM.
cheiros de absinto, de alecrim e de pedra quente.

lunedì, marzo 08, 2010

Pins and needles is also known as paraesthesia. It is a burning, prickling or tingling sensation, most usually found in the arms or legs.

In temporary pins and needles, the symptoms will disappear soon after pressure is taken off of the affected area.

In chronic pins and needles, symptoms occur in frequent bouts over a long period of time. If you experience these symptoms over a period of two months or more, speak with your GP - it could be a sign of a more serious condition.

VAI-SE AÍ MAIS DE ANO. POIS NÃO HÁ CARGA QUE SE ME RETIREM DO CORAÇÃO, A SENSAÇÃO (ÜBERSTESIA) PERDURA. O CONFORTO ENTORPECIDO. E, MEU AMOR, NO QUE É CRÔNICO RESIDE TAMBÉM O BYRONISMO MAIS LINDO DE QUE MINHAS MÃOS JÁ FIZERAM USO, NOS COLÓQUIOS DE FIM DE EXPEDIENTE.

venerdì, marzo 05, 2010

ACAREAÇÃO

cábrea
s. f.
1. Espécie de guindaste.
2. Corda grossa que serve de amarreta ao navio.

JÁ TINHA A ALDEIA, BASTAVA ME FALTAR A CÁBREA. DOISQUATRODEZ-NOVE. E NÃO SE HÁ DE DUVIDAR DAS MINHAS MANIFESTAÇÕES HISTRIÔNICAS. EM MARÇO 12.

giovedì, marzo 04, 2010

I don’t want to love you

for the rest of my life
I want your skin
to fall off my skin
I want my clamp
to release your clamp

RESSURREIÇÃO.

O VENTRE RIJO COMO SÍLEX

...as estrelas endureciam como sílex.

(...)

Mas essa noite era a da libertação e não a da revolta. Ao longe, uma mancha vermelha, escura, indicava a localização das avenidas e das praças iluminadas. Na noite agora libertada, o desejo não conhecia barreiras e era seu rumor que chegava até Rieux. (...) A cidade saudou-os com uma longa e surda exclamação. Cottard, Tarrou, aqueles e aquela que Rieux tinha amado e perdido, todos, mortos ou culpados, estavam esquecidos. O velho tinha razão, os homens eram sempre os mesmos. Mas essa era sua força e sua inocência, e era aqui que Rieux, acima de toda dor, sentia que se juntava a eles.

(...)

...o Dr. Rieux decidiu, então, redigir esta narrativa, que termina aqui, para não ser daqueles que se calam, para depor a favor dessas vítimas da peste, para deixar ao menos uma lembrança da injustiça e da violência que lhes tinham sido feitas e para dizer simplesmente o que se aprende no meio dos flagelos: que há nos homens mais coisas a admirar que coisas a desprezar. [ AQUI, A HIDROCOR, N.L., irretratável: PAS D'ACCORD. E A LEITORA SOU EU ] Mas, no entanto, sabia que esta crónica não podia ser a da vitória definitiva.

Podia, apenas, ser o testemunho do que tinha sido necessário realizar e que, sem dúvida, deveriam realizar ainda, contra o terror e sua arma infatigável, a despeito das feridas pessoais, todos os homens que, não podendo ser santos e recusando-se a admitir os flagelos, se esforçam no entanto por ser médicos.

Na verdade, ao ouvir os gritos de alegria que vinham da cidade, Rieux lembrava-se de que essa alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que essa multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada.

E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça *e ensinamento *dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa cidade *feliz*.

A PESTE. PENSO NA NOITE LIBERTADA. A PARTE DO DESEJO SEM BARREIRAS, ASSIM, 'PERFUNCTADA', EXTRAÍDA DO CONTEXTO, ME SOA DE EXTREMO MAU GOSTO. OCORRE QUE, INSERIDA NA NARRATIVA INTEIRA - NO FIM, EM VERDADE -, DESCREVE A PERDA INEVITÁVEL DE LIMITES DO SER HUMANO.

ACHEI BONITO ISSO DE ACORDAR OS RATOS E MANDÁ-LOS (É, CAMUS REFERE-SE AOS HOMENS, MAS EU *ESCOLHO* ASSOCIAR O PRONOME AOS RATOS. MANDAR OS RATOS) MORRER NUMA CIDADE FELIZ. ...SE BEM QUE A MORTE DESSES MESMOS HOMENS DESLUMBRADOS, NA CIDADE SUBITAMENTE FELIZ, TAMBÉM PARECE ANGUSTIADO E IMPIEDOSO E ME DENOTA A IDÉIA DE PENA EXECUTADA - EM CURTO, MÉDIO OU LONGO PRAZO, NÃO IMPORTA. (AH, MAS O LONGO DRAMATIZA E 'RANCEIA' TUDO... )

ENFIM, ENTÃO ESTÁ BEM. MORTOS OS HOMENS NA CIDADE FELIZ. AQUIESÇO, ASSUMIDAMENTE BOÇAL - O QUE, DE CERTA FORMA, ME TORNA HUMILDE. CONVENCIDA DE TODO.

lunedì, marzo 01, 2010

SÉPIA, NA ARIDEZ DO FINZINHO DOS ANOS SETENTA. O BONITO É O DESVIAR DE OLHOS DE BUIU.

MASTODOOOOOÔNTICO

http://www.youtube.com/watch?v=TD4qRD408OQ

RECLAME-SE DE ABSOLUTAMENTE TUDO NO QUE TANGE AO COLLOR, MENOS À SUA ELOQÜÊNCIA - COMO DIZIA SABINO, 'SINGULAR'.

É PECADO, MEU DEUS, EU ME APAIXONAR PELO DISCURSO DELE? OU É SÓRDIDA ATRAÇÃO PELO BURLESCO (SIM, EU NÃO QUIS DIZER GROTESCO. FOI BURLESCO, MESMO)?