Mas, em sua distração e volubilidade usuais, esqueceu-se de acrescentar:
– Você vai se enamorar dela daqui a 18 anos, numa festa em casa de um arquiteto amigo seu, no Rio. Cerca de um ano depois vocês irão se reencontrar aqui em Paris, e você ficará irremediavelmente apaixonado por ela, e há de sofrer como um possesso todas as dores de sua paixão, e na Quarta-feira de Cinzas de 1959 você terá um desastre de automóvel cerca de Petrópolis, onde ela estará veraneando, e você, coberto de sangue, ao se sentir ir morrendo, ela tão perto, olhará a sua morte com um infinito sentimento de pena porque tudo poderia ter sido e não foi; mas você preferirá morrer a ter de viver sem ela, sobretudo depois de lhe ter dito, como disse, numa noite de Sexta-feira da Paixão, no Club St. Florentin, 15 rue St. Florentin, que você a tinha dentro de você sem saber desde a mocidade, desde aquele dia, 19 anos antes, em que eu a apresentei a você, como estou fazendo agora.
PODE SER QUE, PARA ESCAPAR AO (EXTINTO) PROTESTO POR NOVO JÚRI, CINJAMO-NOS SEMPRE AO NÚMERO DEZENOVE. A PANCADA (CALCULADA) NA TRAVE, TRANSFIGURADO, POR VEZES, O VINTE, EM UM TRÊS. DILACERADO.
Uma vez, um menino me perguntou se o amor verdadeiro dura pra sempre. Eu respondi que não. Mas eu não sei, na verdade.
RispondiEliminatudo sempre poderia ter sido e, muitas vezes, não é. simples assim. mas é que para escolher é preciso abrir mão de alguma opção.
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