NÃO EXISTE NADA MAIS AGÔNICO DO QUE UMA CATALEPSIA PROJETIVA INTEMPESTIVA. AO SOM DE JETHRO TULL.
E O CONSULADO QUE CONCEDE O VISTO É O LIMBO. MAS, LÁ, NINGUÉM FALA LÍNGUA SUA, E OS PONTOS FACULTATIVOS JÁ PARECEM COMPULSÓRIOS. MAIS AINDA, NÃO SENDO O SEU UM CRIME DE OPINIÃO, NÃO LHE SERÁ CONCEDIDO ASILO POLÍTICO, E VOCÊ TERÁ DE PERMANECER NESSA INDECISÃO TENEBROSA AO SOM DE 'DEAR PRUDENCE'- ENTOADO POR VOZ FEMININA TRINADA. ATÉ QUE O REMORSO 'O SUICIDE'. DO ALTO DE UM PRECIPÍCIO FRÁGIL DE VENTO, JÁ. E ESCURO.
mercoledì, dicembre 31, 2008
martedì, dicembre 30, 2008
ADAMANT
No entanto o seu pequeno destino quisera-a perdida no labirinto.
Mas por dentro não era estorricada. Pelo contrário. Parecia por dentro uma gengiva úmida, mole assim como gengiva desdentada.
Foi então que a Srª Jorge B. Xavier bruscamente dobrou-se sobre a pia como se fosse vomitar as vísceras e interrompeu sua vida com uma mudez estraçalhante: tem! que! haver! uma! porta! de saííííííída!
1- MEU PEQUENO DESTINO, MEU PEQUENO DESTINO QUIS-ME QUIETA, NESTE PRINCÍPIO DE SEMANA. OSCILANTE. ACORDO BENÍSSIMO, COM OS MENINOS AO LADO, MAS A TARDE VAI PASSANDO E EU ME QUEDO INCONSOLÁVEL, À NOITE. DE SAUDADE E REMORSO E UM MEDO TERRÍVEL DE QUE ME MORRA ALGUÉM;
2- NÃO ACREDITO QUE NINGUÉM COM MAIS DE 25 ANOS SEJA MOLE POR DENTRO. NINGUÉM QUE JÁ HAJA PROTAGONIZADO ACIDENTE - PEQUENO QUE SEJA - DE CARRO, OU SOFRIDO A EXTRAÇÃO DOS NERVOS DE UM TRATAMENTO DE CANAL. EU ERA MOLE POR DENTRO EM 1999. TUDO ME ATURDIA (SIM, E ISSO ERA BOM. POUCO CONVENIENTE, MAS ROMANTICÍSSIMO), E EU ANOTAVA NUM CADERNINHO LINDO PALAVRAS COMO 'ADAMANT' E 'BERSERK'. PARA DEPOIS PERCORRER O DICIONÁRIO - QUE SERVIU, MUITOS ANOS DEPOIS, DE REGALO À MINHA MÃE;
3- A 'PORTA DE SAÍDA' NÃO ESTÁ NO FUNDO DA PIA. NEM EM RESOLUÇÕES DE ANO NOVO (QUE SEMPRE ME ABORRECERAM). E EU CONTINUO PROCURANDO.
IF YOU WERE ANY THINNER, YOU WOULDN'T EXIST
ONTEM, 'NO COMEÇO DO MEU DESESPERO'*, LOQUEI O OPERÁRIO. MAIS PELOS OLHOS DO CHRISTIAN BALE, MAS TAMBÉM PORQUE HAVIA LIDO, NOS IDOS DE 2000 E POUCOS, QUE ERA FILME DENSO.
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E SEI QUE É MOROSO, MAS EU ANDAVA NUM HUMOR MEIO AZEDO**. O QUE VIESSE ERA ACRÉSCIMO.
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ENFIM, SINTO UMA VONTADE IMENSA DE REVÊ-LO. POR TRÊS, QUATRO VEZES. LONGO QUE SEJA. A ATUAÇÃO ME CONVENCE, E HÁ SEMPRE AQUELE FASCÍNIO PELAS PERDAS EXCESSIVAS DE PESO TELEVISIONADAS.
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NÃO PERCEBI NENHUMA PECULIARIDADE PSICOLÓGICA EM NINGUÉM. O PROTAGONISTA É PARANÓICO (O QUE É SEMPRE UM ENCANTO, NAS TRAMAS), MAS NADA MAIS PROFUNDO DO QUE ISSO. A CALL-GIRL (JENNIFER JASON-LEIGH - QUE TEM UMA BOCA HE-DI-ON-DA) SE AFEIÇOA A ELE, O COLEGA AMPUTADO É-LHE IRÔNICO, A SENHORIA, IRRITANTE. E SÓ.
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A BELEZA DO FILME, AO MEU VER, RESIDE EM DOIS MOMENTOS:
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1- O OLHAR QUE ELE DIRIGE À GARÇONETE, NO AEROPORTO (EU SOU CAPAZ DE ENTERRAR O DEDO NA TECLA DE RETROCESSO POR MINUTOS INTEIROS, SÓ POR ESSA CENA. SOU ABSOLUTAMENTE LOUCA PELOS OLHOS DO CHRISTIAN BALE - REPITO. E NÃO PORQUE BONITOS, OU VERDES, OU NADA. MAS PORQUE - E AQUI VAI UM DOS MAIORES CLICHÊS DO MUNDO - TÊM VIDA PRÓPRIA); E
2-A REPETIÇÃO DE 'I KNOW WHO YOU ARE', NOS ESTERTORES.
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MAS O FINAL NÃO É TUDO ISSO.
*http://ainagaki.sites.uol.com.br/textos/coralina.htm
**NO DIA 29 DE DEZEMBRO DE 2006, SOFRI UM ACIDENTE DE CARRO. DOIS ANOS DEPOIS, A COISA AINDA ME DESCONCERTA.
I understand the fascination
I've even been there once or twice or more
But if you don't change your situation
Then you'll die, you'll die, don't die, don't die
LENDEMAIN DE FÊTE. MUSSET DIZIA QUE ERA TRISTE, E NUMA DAS MINHAS PRIMEIRAS POSTAGENS, EU ALEGUEI O CONTRÁRIO. MAS COMO TUDO O QUE PROFIRO VEM ME ABALROAR, NO CAMINHO DE VOLTA, PARA QUE EU ENFIM ME CONVENÇA DE QUE NÃO TENHO, NUNCA, SENSATEZ PARA STATE THINGS (OU DECRETAR MINHAS OPINIÕES), HOJE EU SOU UMA VÍTIMA DO DIA SEGUINTE.
lunedì, dicembre 29, 2008
Que façam harpas de meus nervos quando eu morrer.
ISSO É CLARICE LISPECTOR.
EU HOJE, COMO EM TANTOS OUTROS DIAS, PENSEI NELA. ACORDEI PENSANDO NELA. SENTINDO-ME VAZIA, MAS PENSANDO NUMA CRIATURA TÃO FENOMENAL. E FOI ISSO QUE ME IMPULSIONOU PARA FRENTE, NUMA TARDE AFLITIVA COMO A DE HOJE.
HAVIA UM TEMPO, 1999, EM QUE EU RISCAVA TUDO O QUE ME OCORRIA - NUMA PÁGINA DE LIVRO COM A ORELHA DOBRADA, OU NUMA DAQUELAS AGENDINHAS DE CAPA ESCURA. À NOITE, ERA NUM POST-IT. E NADA DAQUILO ERA NEM PARCIALMENTE ANIMADOR. MAS TUDO HONESTÍSSIMO.
HOJE EU ACORDEI PÉSSIMA. COM A LOCOMOTIVA DESCARRILADA ME AMASSANDO O ESTÔMAGO E ENTÃO A PARTE BAIXA DA GARGANTA. DONA LOURDES ACHOU-ME ABATIDA, PERGUNTOU SE ERA SONO. MAS NÃO. O QUE EU SINTO É UMA INQUIETUDE TREMENDA, UM MEDO DE PERDER ALGUÉM, DA CATALEPSIA DE DOIS ANOS ATRÁS.
Serei delicado.
Sou muito delicado.
Morro de delicadeza.
Tudo me merece um olhar.
(...)
Mato com delicadeza.
Faço chorar delicadamente
E me deleito.
(...)
Sou um meigo energúmeno.
(...)Não sou bom
Nem mau: sou delicado.
Preciso ser delicado
Porque dentro de mim mora um ser feroz e fratricida
Como um lobo.
Se não fosse delicado
Já não seria mais.
COMO DIGO, QUEM NÃO CONHECE VINICIUS A FUNDO É OPACO. E PRONTO.
ESTE POEMA DELE NÃO É O MAIS EDIFICANTE DE TODOS, MAS FERROOU-ME NA RETINA (COMO DE COSTUME) OUTRO BINÔMIO, DOS QUE COLECIONO: 'MEIGO ENERGÚMENO'.
ALÉM DE NEURÓTICA-ENFERMIÇA E GRÁVIDA-ABANDONADA, BATIZO-ME ENTÃO DE MEIGA-ENERGÚMENA. PORQUE, COMO ELE, TAMBÉM EU ESPALHO MEUS OLHOS POR ONDE PASSO, TRISTÍSSIMA. E PERDÔO UM GENOCIDA - SÓ NÃO UM ESQUECIDO.
E SOFRO, NESTE DESENCAIXE. NESTA MINHA SAUDADE OBSESSIVA.
lunedì, dicembre 15, 2008
O APARTAMENTO DA MINHA MÃE TEM UMA VARANDA. NÃO É SACADINHA, CABEM MESAS, CADEIRAS, JARROS DE PLANTA, UM PINHEIRO ANÃO, E TODA A ANGÚSTIA DO FIM DE TARDE DE DOMINGO.
ESTÁVAMOS NA SALA E ELA CHAVEOU A PORTA DE VIDRO POR QUE PASSAMOS PARA IR À DITA VARANDA. DISSE QUE, SE EXISTIA UMA CHAVE, ERA PARA SER USADA.
E EU PENSEI DE IMEDIATO NA ADÉLIA PRADO.
A SERENATA Uma noite de lua pálida e gerânios ele viria com boca e mãos incríveis tocar flauta no jardim. Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa. Eu que rejeito e exprobro o que não for natural como sangue e veias descubro que estou chorando todo dia, os cabelos entristecidos, a pele assaltada de indecisão. Quando ele vier, porque é certo que vem, de que modo vou chegar ao balcão sem juventude? A lua, os gerânios e ele serão os mesmos — só a mulher entre as coisas envelhece. De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?
E EU, DOIDA - MAS PORQUE SITIADA, INCLUSIVE -, DESTRAVO TUDO, NA AUSÊNCIA DELA. E ME POSTO, PARA ARREPIO DO MÉDICO, NO BALCÃO, SEM JUVENTUDE. OLHANDO O MOVIMENTO E PERDENDO A FOME.
PRECISO SAIR.
domenica, dicembre 14, 2008
mercoledì, dicembre 10, 2008
INDIGNAÇÃO CONJUGAL
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