giovedì, giugno 30, 2011

DEFUNTOS PRÉ-DATADOS, PESARES INSÓLITOS, ATARAXIA E ATAXIA

 
Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver com sua vida: uma crise de profunda piedade. A cabeça tão limitada, tão bem penteada, mal podia suportar perdoar tanto. Não podia olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre - virava para o lado o rosto magoado, insuportável, por piedade, não suportando a glória do cantor. Na rua de repente comprimia o peito com as mãos enluvadas - assaltada de perdão. Sofria sem recompensa, sem mesmo a simpatia por si própria.

Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença, escolheu um domingo em que o marido viajava para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela sempre soubera: passear. [...] "Sentia-se" tão suja pelo calor da manhã, e um de seus prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito limpa. Em casa almoçou sozinha, deitou-se no quarto meio escurecido, cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pelo menos uma vez não "sentia" nada. Senão talvez a perplexidade diante da liberdade da bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de espera. A liberdade.

Até que, dias depois, a sensibilidade se curou assim como uma ferida seca. 


E É EM RAZÃO DESSA PIEDADE CONTRAPRODUCENTE QUE, MUITAS VEZES, PESA, VIVER.  CIORÁN:


'Buda era um otimista. Como é possivel que não tenha observado que a dor define seja o ser, seja o não-ser?  Com efeito, a existência e o nada "são" somente através do sofrimento.  E o que é o vazio senão uma abortada aspiração à dor?  O Nirvana corresponde a um estado de sofrimento mais etéreo, a um grau mais espiritualizado de tormento.  A essência pode significar uma falta de existência, mas não de dor.  Porque a dor precedeu tudo, também o Universo.'  

E, NATURALMENTE, PROCURO 'NIRVANA', E ME DEPARO COM COISOUTRA.  CONFORME ACHAAN BUDDHADASA, DE QUEM NECESSARIAMENTE GOSTARÁ DJ, O NIRVANA COMPREENDE 'a ausência de qualquer fonte de tormento e irritação, liberdade de todas as formas de escravidão e restrição [...] extinção, sem combustível, para novos surgimentos do sofrimento'.

É CLARO QUE EXISTEM ENTRELINHAS E POLISSEMIAS E SINESTESIAS E ASTENIAS NISSO TUDO, MAS, POR ORA, INTERESSA-ME HUMBERTO BONAVIDES BORGES, QUE ME ESPREITA MUITO, MUITO ESCURO.  E ATORMENTADO.

mercoledì, giugno 29, 2011

BODE QUE LÊ

Et son bras et sa jambe, et sa cuisse et ses reins,
Polis comme de l'huile, onduleux comme un cygne,
Passaient devant mes yeux clairvoyants et sereins;
Et son ventre [...], ces grappes de ma vigne,

S'avançaient, plus câlins que les Anges du mal,

Pour troubler le repos où mon âme était mise,
Et pour la déranger du rocher de cristal
Où, calme et solitaire, LUI s'était assis.


O QUE ME LEVA A QUERER PESQUISAR A LENDA DE ANTÍOPE.  E FENECER EM TEBAS. 

SUCEDÂNEOS DA CODEÍNA


Dentro do silêncio de novo intacto, o homem agora olhou estupidamente o teto invisível que no escuro era tão alto quanto o céu. Largado de costas na cama, tentou num esforço de prazer gratuito reconstituir o ruído das rodas, pois enquanto não sentia dor era de um modo geral prazer que ele sentia. Da cama não via o jardim. Um pouco de bruma entrava pelas venezianas abertas, o que se denunciou ao homem pelo cheiro de algodão úmido e por uma certa ânsia física de felicidade que a cerração dá. Fora apenas um sonho, então. Cético, embora, ele se ergueu.

A PARTE DO SONHO E DA SINESTESIA NOTURNA ME LEVA A JANINE (LADEADA POR UM SEMIFALECIDO MARCEL). MAS ANTES QUE SE ME CHAVEIEM AS PORTAS, ENCERRO AS REMISSÕES.  DESDOBRANDO O COLARINHO E INCINERANDO OS UMBRAIS. ENEBLINADA.

lunedì, giugno 27, 2011

C'est simplement la vérité de la solitude. C'est simplement la vérité de la solitude. C'est simplement la vérité de la solitude.


Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.


LISPECTOR.  QUE ME SERVE DE PRETEXTO PARA CIORÁN: 


LA VITA IN DIO È MORTE DELLA CREATURA, NON SOLITUDINE *CON* LUI, MA *IN* LUI.  È LA 'SOLEDAD EN DIOS' DI SAN GIOVANNI DELLA CROCE.  PER LUI, L'UNIONE TRA LA SOLITUDINE UMANA ED IL DESERTO INFINITO DI DIO È UNA DELIZIA INESPRIMIBILE, ANNUNCIATRICE DELLA LORO IDENTIFICAZIONE TOTALE.  [...]SE ESISTISSE UN ACCESSO DIRETTO ALL'ESULTANZA IN DIO - SENZA LE PROVE CHE PRECEDONO L'ESTASI - LA VIA SOPRANNATURALE SAREBBE ALLA PORTATA DI TUTTI.  MA POICHÉ TALE ACCESSO NON ESISTE, SIAMO CONDANNATI A SALIRE UNA SCALA SENZA MAI RAGGIUNGERNE L'ULTIMO GRADINO.

ACCANTO ALLA SOLITUDINE IN DIO PROPRIAMENTE DETTA, NE ESISTE UN'ALTRA, CHE IN FONDO È SOLTANTO UN *ISOLARSI* IN LUI: LA SENSAZIONE DI ESSERE SOLI E DERELITTI IN UN PAESAGGIO DESOLATO, LA CERTEZZA DI NON ESSERE IN CASA PROPRIA ALL'INTERNO DELLA DIVINITÁ.

E ISSO TUDO, MAIS UMA VEZ, ME INTUMESCE DE CULPA POR CONTA DAS DÚVIDAS EMERGENTES (INSURGENTES/HERÉTICAS - CABE QUALQUER UM, PARA DEGREDO, FUTURO, MEU) ACERCA DA COMPANHIA DE DEUS.  DA PROMESSA CRISTÃ (MUÇULMANA, ALIÁS, TAMBÉM) DE UM PORVIR INIMAGINÁVEL, EM DELEITES E GRAÇAS.

RELENDO EXCERTO ANTIGO DE LIVRO EMPRESTADO DE DJ, 'THOU SHALT NOT BE AWARE', DEPARO-ME, E COM A MESMA APROVAÇÃO, COM O SEGUINTE:   


What kind of Paradise is it in which it is forbidden - under threat of loss of love and of abandonment,of feeling guilty and ashamed - to eat from the Tree of Knowledge...  to ask questions and to seek answers to them? Why should it be wicked to want to know what is happening, to want to orient oneself in the world?

E ME CERTIFICO DO QUE JÁ SABIA (E REDUNDO): NÃO SOU SÓ EU A PÔR EM XEQUE O QUE ME NÃO É DADO.  MAIS AINDA: PORQUE CONSIDERO MAIS RAROS OS DELÍRIOS COLETIVOS DO QUE O (BOM) SENSO COMUM, A SENSAÇÃO DE CULPA MÍNGUA.  NÃO SUFICIENTEMENTE, MAS ACENA (SEM MUITA ENERGIA) UMA BANDEIRA DE TRÉGUA.

A VERDADE É QUE O DEUS EM QUE ESCOLHI ACREDITAR, O DEUS QUE CRIEI (QUE PODE SER UMA QUIMERA, NA MELHOR DAS ACEPÇÕES DO TERMO) E QUE ME NORTEIA, ESSE DEUS NÃO ME TOLHE.  A REPREENSÃO DELE É MINHA PRÓPRIA VOZ, QUE ECOA E ECOA - PORQUE EU ESTOU SEMPRE COMIGO, E TUDO QUANTO PROVÉM DE MIM ESTÁ IMPREGNADO NÃO EM OUTROS, MAS, ORAS, EM MIM.  O CASTIGO DELE É A *MINHA* TOMADA DE CONSCIÊNCIA DOS PORQUÊS E A ASSUNÇÃO DE RESPONSABILIDADE DA IGNORÂNCIA DESSES MESMOS PORQUÊS.  DAS RUELAS QUE CONDUZEM AO DESASTRE, E DA NÃO-COAÇÃO NOS INSTANTES DAS ESCOLHAS.

E A ESSE MEU DEUS, QUE NÃO ME DEIXA SOZINHA, PORQUE TERMINA SENDO EU MESMA (OS PULMÕES, BASTA DE ARES!), NÃO PEÇO PACIÊNCIA OU OBEDIÊNCIA.  MAS LUCIDEZ.  A SOLIDÃO, COHEN, DA LUCIDEZ.  

SITIAI-ME 'NO CAMPO ESTRELADO", AFOGADO E SEM O COLO. DE NOSSA SENHORA


Água escorria da bica e ela passava o pano ensa­boado nos talheres. Da janela via-se o muro amarelo [...] Esfregando os dentes do garfo, Lucrécia era uma roda pequena gi­rando rápida enquanto a maior girava lenta — a roda lenta da claridade, e dentro desta uma moça trabalhando como formiga. Ser formiga na luz absorvia-a inteiramen­te e em pouco, como um verdadeiro trabalhador, ela não sabia mais quem lavava e o que era lavado — tão grande era a sua eficiência. Parecia enfim ter ultrapassado as mil possibilidades que uma pessoa tem, e estar apenas neste próprio dia, com tal simplicidade que as coisas eram vistas imediatamente. A pia. As panelas. A janela aberta. A ordem, e a tranqüila, isolada posição de cada coisa sob o seu olhar: nada se esquivava.

Quando procurava outro pedaço de sabão, não lhe ocorreria não achá-lo: lá estava ele, à mão. Tudo estava à mão.

O que era tão importante para uma pessoa de algum modo estúpida; Lucrécia que não possuía as futilidades da imaginação mas apenas a estreita existência do que via. Ah! gritava um pássaro no quintal da loja.

Sem pintura o rosto perdia os vícios de que em ou­tros momentos Lucrécia Neves precisava para se dar certo peso neste mundo. Com o rosto nu, também ela avança­ria se chamassem as criancinhas. Toda iluminada, toda medida pelas duas horas. Ah! cortava o pássaro no quin­tal. No fundo mesmo, ela se julgava uma deusa.

Foi talvez para exprimir sua divindade que a moça parou cansada, enxugando o suor da testa com o braço que segurava o prato.

Passeando o olhar pelo vasto subúrbio ensolarado. Lá estavam as coisas recortadas, e sem sombras, feitas para uma pessoa se aprumar ao olhá-las. Com o prato na mão, seu instrumento de trabalho, gostaria de exprimir talvez à mãe, por exemplo, como sua filha estava... estava...

Olhou um pouco intrigada aquelas coisas iluminadas, ao seu redor, forçando-se agora a exteriorizar, com um pensamento mesmo, o que sucedia fora dela.

Nada acontecia porém: uma criatura estava diante do que via, tomada pela qualidade do que via, com os olhos ofuscados pelo próprio modo calmo de olhar; a luz da cozinha era o seu modo de ver — as coisas às duas horas parecem feitas, mesmo na profundeza, do modo como se lhes vê a superfície. Bem desejaria contar algo dessa claridade a Ana ou a Perseu.

Mas, desamparada, forte, estava de pé. Remoendo sua dificuldade de raciocinar.

Naquela deusa consagrada pelas duas horas, o pen­samento, quase nunca utilizado, primarizara-se até trans­formar-se num sentido apenas. Seu pensamento mais apu­rado era ver, passear, ouvir. Mas seu tosco espírito, como uma grande ave, se acompanhava sem se pedir expli­cações.

E quanto a contar a Perseu o que sucedia — tudo era simples demais, até mesmo estúpido: ela estava ape­nas construindo o que existe. O quê! ela estava vendo a realidade.

Além disso como contar a Perseu ou mesmo conse­guir pensar, se tudo aquilo era feito de coisas das quais se se quisesse pedir a prova... Para mantê-las, era pre­ciso apenas acreditar e mesmo não se dirigir a elas — toda a cozinha era uma visão de lado. Cada vez que se voltasse para o lado, a visão estaria de novo de lado. Era assim que a moça sustentava a iluminação das duas horas — erguendo agora a cabeça a um ruído, e agora correndo através da casa até a varanda, chamada pelo barulho de muitos passos na rua.

E EU QUERIA TER SETENTA E TRÊS, CAMILINHA, APARTES, COM ESTE TEXTO EM MÃOS, DA LISPECTOR, MAS SERIA CONTRADITÓRIO, NA MINHA PRETENSA CONDIÇÃO DE QUEM COMPREENDE O ESCRITO.  PORQUE CELEBRA-SE, A TODO INSTANTE, A SIMPLICIDADE DO QUE NÃO SE PRECISA, NÃO MAIS DO QUE ISTO, VER.

sabato, giugno 25, 2011

ABBASTANZA È QUASI RICCHEZZA






... discordando quanto à hora mais conveniente de jantar, um servindo de sacrifício para o outro, amor é sacrifício.
Assim chegamos ao dia em que, há muito tragada pelo sonho, a mulher, tendo dado uma mordida numa maçã, sentiu quebrar-se um dente da frente. Com a maçã ainda na mão e olhando-se perto demais no espelho do banheiro — e deste modo perdendo de todo a perspectiva — viu uma cara pálida, de meia-idade, com um dente quebrado, e os próprios olhos... Tocando o fundo, e com a água já pelo pescoço, com cinqüenta e tantos anos, sem um bilhete, em vez de ir ao dentista, jogou-se pela janela do apartamento, pessoa pela qual tanta gratidão se poderia sentir, reserva militar e sustentáculo de nossa desobediência. Quanto a ele, uma vez seco o leito do rio e sem nenhuma água que o afogasse, ele andava sobre o fundo sem olhar para o chão, expedito como se usasse bengala. Seco inesperadamente o leito do rio, andava perplexo e sem perigo sobre o fundo com uma lepidez de quem vai cair de bruços mais adiante.

TENHO AMIGA DE QUEM GOSTO MUITO, PELO QUE NUNCA DEIXOU DE SER - A DESPEITO DO QUE, PELA APARÊNCIA FENOMENAL, PODIA -, QUE ME FEZ APAGAR DO LADO DA GELADEIRA MEUS VERSOS (DE FABRIZIO DE ANDRÉ)  SOBRE ÁGUA.  SEM LEITO DE RIO, SEM BEGALA, MAS POÇOS E BALDES.  ACABA QUE É METÁFORA QUE ME ENCANTA IMENSAMENTE, E NÃO A QUERO TOLHER DOS AUTOS.  NUNCA.  

POIS ESTE TRECHO DE LIVRO - QUE ESTÁ EMPRESTADO, HÁ MESES  - LEVA-ME A TUDO O QUE ABOMINO. COM DENTES, A PROPÓSITO.  UMA ÁGUA NA ALTURA DO QUEIXO, JÁ, QUE AFOGA, MAS NUNCA MATA (NOVA ASSÍNTOTA).  TORTURA, TÃO-SOMENTE.  E NÃO SE CONSEGUE (É SEMPRE ASSIM) DESENREDAR DE SITUAÇÃO CORROSIVA ASSIM.  SEJA POR PENA OU DESCORAGEM - SOBRETUDO A SEGUNDA.

MAS ATÉ QUE SE ESTORRIQUE TUDO, VÃO-SE ANOS.  CONTUDO: ABBASTANZA È QUASI RICCHEZZA, E ESSA ESPÉCIE DE INDULGÊNCIA ALÇA-SE, A QUEM A DESPENDE, À CONDIÇÃO DE SANTIDADE.  O QUE - E ISTO EU ESCOLHO ENTENDER, DESDE HOJE -,  RENDE-ME NUVENS FARTAS E DEVIDAMENTE APARELHADAS, COM O QUE QUER QUE GUARNEÇA OS CÉUS, NA MINHA INDENIZAÇÃO QUASE LÍQUIDA E INCONTESTAVELMENTE CERTA.  

venerdì, giugno 24, 2011

DE DIADORIM E IMPÉRIOS. SEPULTADOS

Venho de longe e trago no perfil,
Em forma nevoenta e afastada,
O perfil de outro ser que desagrada

Ao meu actual recorte humano e vil.
[...]
Hoje sou a saudade imperial
Do que já na distância de mim vi…
Eu próprio sou aquilo que perdi…
E nesta estrada para Desigual
Florem em esguia glória marginal
Os girassóis do império que morri… 

ESSA FIXAÇÃO NA NOSTALGIA (BRUTA E INDISTINTA) NUNCA VAI PERDER, EM MIM, A SALA AMPLA, CAIADA E SERENA QUE LHE VEIO DESTINADA.  DESDE SEMPRE - O QUE É COISA QUE ME RECONFORTA E ORGULHA.  UM RESPEITO (EXAGERADO, ALÉM, INCLUSIVE, DO JUSTO) PELO QUE É PASSADO.  A FIDELIDADE DE SPONVILLE: Não juro que te amarei eternamente, mas juro-te que permanecerei para sempre fiel ao amor que hoje temos. OU AO QUE HOJE, SEPARADAMENTE - E SEM QUALQUER LIAME - SOMOS.  É-SE.

SALAZAR SI È OFFESO

GLI ULTIMI AI QUALI PERDONIAMO L'INFEDELTÀ NEI NOSTRI CONFRONTI SONO COLORO CHE ABBIAMO DELUSO.

ISSO ME REMETE AO INSTITUTO DA RECONVENÇÃO, E UMA RECONVENÇÃO DESONESTÍSSIMA - COMO A MAIORIA DELAS.  MAS MALOGRADA. 

A DESILUSÃO (PROVOCADA) QUE NÃO EMUDECE, MAS ASSUME ARES DE OFENDIDA.  DECLARO, SEM QUALQUER VESTÍGIO DE RANCOR, QUE CONHEÇO BEM - MAS DO PÓLO PASSIVO  - ESSA PRÁXIS.  QUE JÁ SOFRI COM ESSA DISTORÇÃO, E, POR INÚMERAS VEZES, PROCUREI COMPREENDER PORQUÊS, CHEGANDO A ILAÇÕES (E O ESCREVO SEM MODÉSTIA:) BRILHANTES.  É A TAL DEBILIDADE DE ESPÍRITO A QUE ME REFERI EM CERTA ALTURA, NESTE MESMO ANO.  AS AUTODEFESAS PUTATIVAS.  A MANEIRA HERÓICA DE SE PRESERVAR UMA HONRA QUE, PELO MENOS NAQUELE CONTEXTO, NÃO SOFRE ATAQUES.

E ISSO ME LEVA À SEGUINTE DÚVIDA: QUEM ERRA O TROCO PARA MENOS, NO CAIXA, PODE SER QUE, UMA VEZ E TÃO-SOMENTE UMA, ERRE PARA MAIS?   O AGRESSOR SE ENXERGA, POR VEZES, NA BONANÇA, QUANDO O QUE VIGE É TEMPESTADE? 

EVIDENTEMENTE, NÃO.

giovedì, giugno 23, 2011

GESSATE - SESTO 1 MAGGIO

Quel posto che non c'è ha ingoiato tutti tranne me Quel posto che non c'è ha ingoiato tutti tranne me Quel posto che non c'è ha ingoiato tutti tranne me Quel posto che non c'è ha ingoiato tutti tranne me Quel posto che non c'è ha ingoiato tutti tranne me Quel posto che non c'è ha ingoiato tutti tranne me Quel posto che non c'è ha ingoiato tutti tranne me Quel posto che non c'è...

mercoledì, giugno 22, 2011

no mais das vezes a fraude não se esconde atrás de derrotas rumorosas, mas de discretos acordos escusos

...PER OGNI PERSONA CI DOVREBBE ESSERE UN'ANTIPERSONA, IDENTICA MA DI SEGNO OPOSTO ALLA PRIMA; E PERSONA E ANTIPERSONA DOVREBBERO ANNULLARSI E SPARIRE ENTRAMBE.
[...]MA CI SONO ANCHE CASI IN CUI L'ANTIPERSONA MANCA, OPPURE È PRESENTE MA NON HA LA STESSA FORZA DELLA PERSONA CORRISPONDENTE (STO PARLANDO DI UNA FORZA FISICA QUI, COME LA GRAVITÀ E L'ELETTROMAGNETISMO); E ALLORA LA PERSONA VA IN GIRO A TESTA ALTA, PETTO IN FUORI E PANCIA IN DENTRO, CAMMINANDO DI BUON PASSO, OPPURE VA IN GIRO COME PUÒ, CON L'ENERGIA CHE LE È RIMASTA DOPO AVER ANNULLATO LA SUA ANTIPERSONA, ED È SBIADITA E SFILACCIATA E OPACA.

MENOS PLATÃO, MAIS CIENTÍFICO: ESCOLHI INTERPRETAR ASSIM. O AVESSO E O DIREITO.  CONSUMINDO-SE, DESDE QUE A SIMETRIA NÃO SEJA PREJUDICADA POR NADA EM ESPECIAL.  POR NINGUÉM EM ESPECIAL.  E AÍ, ENTRA O HUMANO, O ORGÂNICO, A CARNE INTERVENTIVA - NO MAIS DAS VEZES, DE MANEIRA INDESCULPAVELMENTE IMODESTA.  MAS TAMBÉM A MIM ENCANTA A IDÉIA PROPOSTA NO TEXTO (QUE NÃO TRANSCREVI, PORQUE LONGA): 'QUANTOS SERÃO OS DESAPARECIDOS?'  E PENSO, DE PRONTO, EM UM CASAL QUE CAIU COM O AVIÃO (GIANLUIGI, 'COL PANETTIERE', SCUSAMI), EM UM DESSES ACIDENTES DE REPERCUSSÃO EXAUSTIVA.  NEUTRALIZOU, UM A PRESENÇA DO OUTRO, NA CASA.  ISSO, FISICAMENTE FALANDO.  E SE É VERDADE QUE AS PESSOAS QUE CONVIVEM LONGAMENTE FAZEM NASCER UMA TERCEIRA PERSONALIDADE, CONJUNTA, ESTÁ AÍ A SIMETRIA A QUE ME REFERI, OBEDECIDA.     

lunedì, giugno 20, 2011

XXXV




Tu mano fue volando de mis ojos al día.
Entró la luz como un rosal abierto.
Arena y cielo palpitaban como una
culminante colmena cortada en las turquesas.
Tu mano tocó sílabas que tintineaban, copas,
alcuzas con aceites amarillos,
corolas, manantiales y, sobre todo, amor,
amor: tu mano pura preservó las cucharas.
La tarde fue. La noche deslizó sigilosa
sobre el sueño del hombre su cápsula celeste.
Un triste olor salvaje soltó la madreselva.
Y tu mano volvió de su vuelo volando
a cerrar su plumaje que yo creí perdido
sobre mis ojos devorados por la sombra.

TALKING TROLLERS

LA DONNA, ANCORA ROBUSTA, TRASCINAVA DIETRO DI SÉ IL MARITO, ALTO, CURVO, CON GLI OCCHI ATTONITI; LO TRASCINAVA COME SI FOSSE UN SOPRAVISSUTO DI UN'ALTRA ERA, UN DIPLODOCO APOPLETTICO E IMPLORANTE.

UN'ORA DOPO, SECONDO INCONTRO: UNA VECCHIA MOLTO BEN MESSA, ASSAI INGOBBITA, 'VENIVA AVANTI'.  DESCRIVENDO UN PERFETTO SEMICERCHIO, GUARDAVA, PER FORZA DI COSE, IL SUOLO, E DI CERTO CONTAVA I SUOI PASSETTI DI UNA LENTEZZA INIMMAGINABILE.  SI SAREBBE DETTO CHE STESSE IMPARANDO A CAMMINARE, CHE AVESSE PAURA DI NON SAPERE DOVE E COME METTERE I PIEDI PER MUOVERSI.


ESTÁ AÍ O QUE EU DISSE DE MEURSAULT: VIVER CEM ANOS COM A LEMBRANÇA - DESTRINCHADA - DE (APENAS) UM.  E NEM PRECISA MUITA MOVIMENTAÇÃO NO ENTORNO.  DESDE QUE HAJA PESSOA QUE SEJA, ESTARÃO FEITOS OS RETRATOS.  EM TUDO O QUE FOR DE MATIZ.

DA PESSOA DO CONDENADO


Con che diritto vi mettete a pregare per me? Non ho bisogno di intercessori, me la caverò da solo. Da parte di un miserabile forse lo accetterei, ma da nessun altro, foss'anche un santo. Non posso tollerare che ci si preoccupi della mia salvezza. Poiché la pavento e la fuggo, che indiscrezione le vostre preghiere! Orientatele altrove; in ogni modo, non siamo al servizio degli stessi dei. Se i miei sono impotenti, ho tutte le ragioni di credere che i vostri non lo siano meno. Anche supponendo che siano quali voi li immaginate, mancherebbe comunque loro il potere di guarirmi da un orrore più antico della mia memoria.

..................................
É ESSA A REVOLTA QUE A TENTATIVA DE SE CUMPRIR PENA ALHEIA ME CAUSA.  É ESSE, O MEU TRANSTORNO.  O INTUITU PERSONAE MACULADO (POR UMA PRETENSA CARIDADE). 

domenica, giugno 19, 2011

Guariscimi ora, tu che ne hai la cura!

C’ero una volta io, ma non andava bene. Mi capitava di incontrare gente per strada e di scambiarci due parole, e per un po’ la conversazione era simpatica e calorosa, ma arrivava sempre il momento in cui mi si chiedeva “Chi sei?” e io rispondevo “Sono io”, e non andava bene. Era vero, perché io sono io, è la cosa che sono di più, e se devo dire chi sono non riesco a pensare a niente di meglio. Eppure non andava bene lo stesso: l’altro faceva uno sguardo imbarazzato e si allontanava il più presto possibile. Oppure chiamavo qualcuno al telefono e gli dicevo “Sono io”, ed era vero, e non c’era un modo migliore, più completo, più giusto di dirgli chi ero, ma l’altro imprecava o si metteva a ridere e poi riagganciava. 

Così mi sono dovuto adattare. Prima di tutto mi sono dato un nome, e se adesso mi si chiede chi sono rispondo: “Giovanni Spadoni”. Non è un granché, come risposta: se mi si chiedesse chi è Giovanni Spadoni probabilmente direi che sono io. Ma, chissà perché, dire che sono Giovanni Spadoni funziona meglio. Funziona tanto bene che nessuno mai mi chiede chi è Giovanni Spadoni: si comportano tutti come se lo sapessero.

Invece di chiedermi chi è Giovanni Spadoni gli altri mi chiedono dove e quando sono nato, dove abito, chi erano mio padre e mia madre. Io gli rispondo e loro sono contenti. E forse sono contenti perché credono che io sia quello che è nato nel posto tale e abita nel posto talaltro, e che è figlio di Tizio e di Caia e padre di questo e di quello. Il che non è vero, ovviamente: non c’è niente di speciale nel posto tale o talaltro, o in Tizio o in Caia. Se fossi nato altrove, in un’altra famiglia, sarei ancora lo stesso, sarei sempre io: è questa la cosa che sono di più, la cosa più vera e più giusta che sono. Ma questa cosa non interessa a nessuno: gli interessa dell’altro, e quando lo sanno sono contenti.

Una volta c’ero io, e non andava bene. Adesso c’è Giovanni Spadoni, che è nato a X e vive a Y e così via. E io non sono niente di tutto questo, ma le cose vanno benissimo.

O AUTOR CLASSIFICA ISSO DE FÁBULA.  EU, COMPROMETENDO-ME MENOS, DIRIA, ABSTRATAMENTE, 'TEXTO'.  E UM TEXTO SUPREMO, PELA SIMPLICIDADE E INQUIETAÇÃO GERADA - PROPOSITADAMENTE, CREIO, OU O LIVRO NÃO TRARIA NO TÍTULO A PALAVRA 'FILOSOFIA'.

AS CONVENÇÕES INQUESTIONADAS.  A URGÊNCIA (NÃO NECESSARIAMENTE RACIONAL) DE SE CONTEXTUALIZAR TUDO, DE UMA COISA PERTENCER À OUTRA. 


O mundo está cheio da nossa razão.
A vida é o que existe e não é razoável.
[...]
Separamos o orgânico do inorgânico.
O morto do vivo.
O quadrado do círculo.
O bom do mau.
O feio do bonito.
O alegre do triste.
O de dentro do de fora.
O mundo está cheio de nossa alegria e de nossa tristeza.
Estamos amputados do contexto, medindo, denominando, classificando.

E PORQUE O FAZEMOS - E O MUNDO REAGE, COM SILÊNCIO ENOJADO -, TUDO ESTÁ FADADO AO VAZIO.  A SOZINHEZ DAS CATALOGAÇÕES, CUJO PROPÓSITO É ENCURTAR O TEMPO, QUANDO DAS PROCURAS.  PARA QUE HAJA MAIS ESPAÇO PARA MAIS CATALOGAÇÕES.  

QUANTO À PARTE DO 'É A COISA MAIS CERTA QUE SOU', PORQUE INADULTERÁVEL, E, DIZ O PRÓPRIO BENCIVENGA, VERDADEIRA, TENHO DE DIZER QUE ME COMOVEU.  O QUE DE EXATO SOU, TAMBÉM EU, É ALGO SEM NOME, OU PROVENIÊNCIA - OU APÊNDICES.  O QUE EU SOU MORA DENTRO DE MIM, E ESCOLHO QUEM O VERÁ.  É O ÚNICO CONTROLE E A ÚNICA INDEPENDÊNCIA QUE SE TEM EM VIDA: O PODER (ABSOLUTO) DE SE OCULTAR.

ESSE MESMO PODER, DESAGREGADO DO EXTERNO, FOI ALUDIDO POR THOREAU, E TRANSCREVO-O AQUI, COM UM ORGULHO PECAMINOSO, PORQUE ESTAMOS DE ACORDO, E, ISSO, MESMO ANTES DE EU O CONHECER:  

Havia um erro crasso em cada ameaça e em cada saudação, pois eles  pensavam que o meu maior desejo era o de estar do outro lado daquela parede de pedra. Não pude deixar de sorrir perante os cuidados com que fecharam a porta e trancaram as minhas reflexões - que os acompanhavam porta afora sem delongas ou dificuldade; e o perigo estava de fato contido nelas. Como eu estava fora do seu alcance, resolveram punir o meu corpo[...] 

Portanto, o Estado nunca confronta intencionalmente o sentimento intelectual ou moral de um homem, mas apenas o seu corpo, os seus sentidos. Ele não é dotado de gênio superior ou de honestidade, apenas de mais força física. Eu não nasci para ser coagido. Quero respirar da forma que eu mesmo escolher. Veremos quem é mais forte.
    
ENTÃO A MINHA FORÇA SÓ A POSSO TOLHER EU MESMA.  A MINHA MENTALIDADE, MEU AUTOJUÍZO.  EXISTE BELEZA MAIOR DO QUE ESSA?  É A COISA DE SE OBRIGAR ALGUÉM A SER FELIZ.  A SER TRISTE.  A DE SE 'ENDIREITAR A FRIO A CURVA DOS HORIZONTES'.  O HORIZONTE QUE, EM EU QUERENDO, E TÃO SIMPLES QUANTO ISSO, UCCIDO.

IL BANDOLO DELLA MATASSA

'CHE COSA FAI DALLA MATTINA ALLA SERA?'
'MI SUBISCO.'


 E LA GIOIA MI FA IMPAZZIRE, PERCHÉ DI SOLITO CE LA FACCIO. 

giovedì, giugno 16, 2011

COMPULSÕES CROMÁTICAS E DEGLUTIÇÃO SELETIVA

My medicine
Has many contrasting flavours.
Engrossed in, or perplexed by
The difference between them,
The patient forgets to suffer.

STABILO POINT 88/4006381333948


NESSUNO MI AVEVA MAI DETTO CHE IL DOLORE ASSOMIGLIA TANTO ALLA PAURA. NON CHE IO ABBIA PAURA: LA SOMIGLIANZA È FISICA. GLI STESSI SOBBALZI DELLO STOMACO, LA STESSA IRREQUIETEZZA, GLI SBADIGLI. INGHIOTTO IN CONTINUAZIONE.

ALTRE VOLTE È COME UN'UBRIACATURA LEGGERA, O COME QUANDO SI BATTE LA TESTA E CI SI SENTE RINTRONATI. TRA ME ED IL MONDO C'È UNA SORTA DI COLTRE INVISIBILE. FATICO A CAPIRE IL SENSO DI QUELLO CHE MI DICONO GLI ALTRI. O FORSE, FATICO A TROVARE LA VOGLIA DI CAPIRE. È COSÌ POCO INTERESSANTE. PERÒ VOGLIO AVERE GENTE INTORNO. HO IL TERRORE DEI MOMENTI IN CUI LA CASA È VUOTA. MA VORREI CHE PARLASSERO FRA LORO E NON A ME.

 

DJ GARANTE-ME QUE SÃO COMUNS A TODOS OS COMUNS AS OSCILAÇÕES SOCIAIS. REGOZIJAR-SE COM COMPANHIAS E SENTIR UMA PREMÊNCIA, QUASE QUE CONCOMITANTE A ESTE DELEITE, DE SE ALUAR, E, PORQUE RECIPROCIDADES SÃO AINDA POSSÍVEIS, DE SE FAZER ESQUECER.

A VERDADE É QUE A SOLITUDE SEMPRE ME PARECEU SAUDÁVEL E, ORAS, SUPERIOR. ADMIRO IMENSAMENTE OS (VERDADEIROS) MISANTROPOS, SOBRETUDO PELA PACIÊNCIA QUE FATALMENTE DESENVOLVEM - E DE QUE FAZEM USO 24/7/30. POR VEZES, 31.

MAIS DO QUE SE TOLERAM, ALIÁS, AMAM-SE. FIAM-SE EM SI PRÓPRIOS - O QUE É, A UM SÓ TEMPO, RESPEITOSO E LISONJEIRO. E É ISSO O QUE ME ALIMENTA A VONTADE TÃO GRANDE DE EXPERIMENTAR, POR PERÍODOS LONGOS - SENÃO LONGUÍSSIMOS -, UM ALHEAMENTO ABSOLUTO, SEM NÚMEROS OU TRAMELAS. UM EXCESSO DE MIM MESMA, SEM A DESCULPA (DEMAGOGA) DO 'PERDER-SE PARA SE ENCONTRAR'. UM EXCESSO QUE ME PERMITIRIA, COMO DISSE SEINFELD (A QUEM, DECLARO, CONTINUO ASSISTINDO), ESTRAGAR MEU APETITE. GASTAR CONFORME MINHA CONVENIÊNCIA - O QUE, POR VEZES, PRESSUPÕE PENÚRIA. O CILÍCIO QUE CITO, AINDA, CONTENTE POR SEMPRE LHE ACHAR ESPAÇO, EM DISCURSO QUE SEJA.


*A ESSE PROPÓSITO, ALIÁS, ADENDO: CHI HA APPRESO I RUDIMENTI DELLA MISANTTROPIA, SE VUOLE ANDARE OLTRE,[...] IMPARERÀ COME DARE AL PROPRIO DISPREZZO PER GLI UOMINI L'INTENSITÀ DI UNA NEVRALGIA
NA DEZESSETE.

martedì, giugno 14, 2011

y9dxj455, SCADENZA




A doida partiu todos os candelabros glabros,
Sujou de humano o lago com cartas rasgadas, muitas...
E a minha alma é aquela luz que não mais haverá nos
candelabros...
E que querem ao lago aziago minhas ânsias, brisas fortuitas?...
[...]
Todos os ocasos fundiram-se na minha alma...
As relvas de todos os prados foram frescas sob meus pés frios...
Secou em teu olhar a idéia de te julgares calma,
E eu ver isso em ti é um pôrto sem navios...

REENCONTREI, DOZE ANOS (ONZE E DEZ MESES, EM VERDADE) DEPOIS, MEU 1999.  PERò, PIù ASCIUTO, PIù PESANTE, MOLTO MIGLIORE DI TUTTO CIò CHE HO MAI PROVATO IN VITA.

lunedì, giugno 13, 2011

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 No começo, acreditamos avançar para a luz; depois, fatigados por uma marcha sem fim, deixamo-nos deslizar: a terra, cada vez menos firme, não nos suporta mais: abre-se. Em vão buscaríamos perseguir um trajeto para um fim ensolarado: as trevas se dilatam ao redor e dentro de nós. Nenhuma luz para iluminar-nos em nosso deslizamento: o abismo nos chama e nós o escutamos. Acima ainda permanece tudo o que queríamos ser, tudo o que não teve o poder de elevar-nos mais alto. E, outrora apaixonados pelos cumes, depois decepcionados por eles, acabamos por venerar nossa queda, apressamo-nos a cumpri-la, instrumentos de uma execução estranha, fascinados pela ilusão de tocar os confins das trevas, as fronteiras de nosso destino noturno. Uma vez o medo do vazio transformado em volúpia, que sorte evoluir no lado oposto do sol! Infinito às avessas, deus que começa sob nossos calcanhares, êxtase ante as rachaduras do ser e sede de uma auréola negra, o Vazio é um sonho invertido no qual nos dissipamos.
[...]
(E, no entanto, esta queda – certos instantes de petulância à parte – está longe de ser solene e lírica. Habitualmente afundamos em uma lama noturna, em uma obscuridade tão medíocre como a luz... A vida é apenas um torpor no claro-escuro, uma inércia entre luzes e sombras, uma caricatura desse sol interior que nos faz crer ilegitimamente em nossa excelência sobre o resto da matéria. Nada prova que sejamos mais que nada. Para sentir constantemente esta dilatação na qual rivalizamos com os deuses, em que nossas febres triunfam sobre nossos pavores, precisaríamos nos manter em uma temperatura tão elevada que acabaria conosco em poucos dias. Mas nossos relâmpagos são momentâneos; as quedas são nossa regra. A vida é o que se decompõe a todo momento; é uma perda monótona de luz---

PORQUE, COMO DISSE C. F. ABREU, CAIR NO POçO NàO é DE TODO MAU.  AFEIçOA-SE A TUDO, E A DOR/O FRACASSO TEM SEU ENCANTO.  NàO SEI SE CABE AQUI A PALAVRA APELO, MAS, EM SENDO O CASO, CONSIDEREMO-LA. 

O TRECHO DA SOBERBA ME PARECE, AINDA, O MAIS ACERTADO.  Sò NAO ENTENDI SE, A CIORAN, ESSA SOBERBA é CALCULADA - OU INSTINTIVA.  RETOMEMO-LA, A FàBULA DO ESCORPIàO QUE NàO FOGE (A PROPòSITO, LI, HOJE, NA PARTE INTERNA DE CABINE DE BANHEIRO, 'PODE-SE ESCAPAR SEMPRE?') à SUA ESTRUTURA, à SUA VEIA.  LEIA-SE, AQUI, SEM NENHUM PUDOR MEU, QUE ENDOSSO O DETERMINISMO - TALVEZ POR Jà O HAVER EXPERIMENTADO SUCESSIVAS VEZES.  SEM Fé EM NADA QUE CRESçA EM NINGUéM, DE BOM.  E FICA DE TUDO QUE O POçO, METàFORA DA RESIGNAçàO, CONTINUA MY DRUG OF CHOICE.

0572-191-690-142-95 (PRODOTTO *ES*TERNO LURIDO)


Nessun dolore è irreale: il dolore esisterebbe anche se il mondo non esistesse. Quand'anche fosse dimostrato che esso non è di alcuna utilità, potremmo ancora trovargliene una: quella di proiettare una certa sostanza nelle finzioni che ci circondano. Senza il dolore, saremmo tutti dei fantocci, non ci sarebbe più alcun contenuto dove che sia; con la sua sola presenza, esso trasfigura qualsiasi cosa, perfino un concetto. Tutto ciò che tocca è promosso al rango di ricordo; lascia traccia nella memoria, che dal piacere è solo sfiorata: un uomo che ha sofferto è un uomo segnato (come si dice di un debosciato che è segnato - e a ragione, visto che la dissolutezza è sofferenza). Il dolore dà coerenza alle nostre sensazioni e unità al nostro io, e resta, una volta abolite le nostre certezze, la sola speranza di sfuggire al naufragio metafisico. Bisogna ora spingerci oltre e, conferendogli uno statuto impersonale, sostenere, con il buddhismo, che solo la sofferenza esiste, e che non esistono sofferenti? Se il dolore possiede il privilegio di sussistere per virtù propria e il «sé» si riduce a un'illusione, ci si chiede allora chi soffra e quale senso possa mai avere questo svolgimento meccanico al quale il dolore è ridotto. Si direbbe che il buddhismo vedA (O VEDE?) dappertutto il dolore solo per svalutarlo meglio. Ma noi, anche quando ammettiamo che esiste indipendentemente da noi, non possiamo immaginarci senza di esso né separarlo da noi stessi, dal nostro essere, di cui è la sostanza, anzi la causa. Come concepire una sensazione in quanto tale, senza il supporto dell'«io», come rappresentarci una sofferenza che non sia «nostra»? Soffrire significa essere totalmente sé, significa accedere a uno stato di non coincidenza con il mondo, giacché la sofferenza è generatrice di intervalli; e quando ci attanaglia, non ci identifichiamo più con nulla, nemmeno con essa; è allora che, doppiamente coscienti, noi vegliamo sulle nostre veglie. Oltre ai mali che subiamo, che si abbattono su di noi e ai quali più o meno ci adattiamo, ve ne sono altri che ci auguriamo sia per istinto sia per calcolo: una sete insistente li invoca, come se avessimo paura che, cessando di soffrire, non rimarrebbe più nulla a cui aggrapparci. Noi abbiamo bisogno di un elemento rassicurante, attendiamo che ci venga fornita la prova che poggiamo sul solido, che non siamo in pieno vaneggiamento. Il dolore, quale che sia, svolge questo ruolo e, quando lo abbiamo sottomano, sappiamo con certezza che qualcosa esiste.

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A DESESTIGMATIZAçàO DA DOR.  E, ORA, OUTRA VEZ, O CILìCIO.  FUNDAMENTADO.  POR  ùLTIMO, A VIGìLIA - ESTA MINHA, LITERAL: SEM TODO UM LIRISMO FILOSOFADO, SEM AS METàFORAS.  ENFIM, MARTìRIO PESSOAL ESCANTEADO, QUE, QUANDO AFOGAR OS PéS NA DOR TREMENDA QUE PREFACIA TODOS ESTES DIAS EM QUE ME TENHO PAJEADO, SEI QUE GASTAREI HORAS EM ESTADO DE TRANSE DESPERTO, COM OS OLHOS BAIXOS E OS DITOS LAPSOS DE MEMòRIA, PASSO-ME AO TEXTO. 

A DOR, EM CIORAN, é O Pé NA REALIDADE.  A DOR-REFERéNCIA.  INDISPENSàVEL A UM SENTIDO NA VIDA.  A SIMBIOSE DOR/DORIDO, CONTRAPOSTA à AUTONOMIA IMAGINADA PELO BUSDISMO.  CONTUDO, SE NESTE PRECISO MOMENTO TIVESSE EU DE CAMINHAR PARA UMA DAS PONTAS DA CORDA, ABRAçANDO CAUSA, FATALMENTE ME RECONHECERIA BUDISTA.  ENXERGO A DOR COMO ENTIDADE INABALàVEL.  NàO CRESCE E NEM MURCHA EM RAZàO DE SECTàRIOS.  VIVE SEM MIM, CONQUANTO A RECìPROCA NàO SE APROXIME, NEM DE RELANCE, DA VERDADE.

DJ ME DISSE, ALIàS - E TENDO-O POR ESTRIBO, SINTO-ME EM PAZ COM QUALQUER JULGAMENTO, AINDA QUE SE ME APONTEM FOICES -, QUE O TORPOR QUE MUITAS VEZES EU QUIS é, NA REALIDADE, UMA RENùNCIA TRISTìSSIMA AO QUE ME FAZ BOA.  AO QUE ME ESTOFA, QUE ME ESTICA A PELE, QUE ME VICEJA.  MESMO NA VIGéNCIA DO DESTERRO.

E PORQUE MAL E MAL ME ESTICO Hà QUASE TRéS DIAS, ENCERRO AQUI O QUE INICIEI NO SAGRADO HORàRIO DO SONO.  QUIçà NOS TREZE (A QUE FIZ MENçàO, SEMANA PASSADA), ARRANJE UM DESFECHO CABIDO.   

domenica, giugno 12, 2011

PROVA AD IMMAGINARE COME VIVERE


MI PIACEREBBE ESSERE LIBERO, PERDUTAMENTE LIBERO.  LIBERO COME UN NATO MORTO.

E, COMO DIGO, TUDO ME REMETE A TUDO.  UM GRANDE AMIGO, ALIÁS, DIZ QUE SOU UM HIPERLINQUE COLCHETEADO. PARA HONRAR A DESCRIÇÃO E NÃO ESCAPAR AO INSTINTO (A NATUREZA DO ESCORPIÃO QUE DEBATEMOS, NO OUTRO DIA, BRANDO E EU):

Like a bird on the wire
Like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free

Like a worm on a hook
Like a knight from some old fashioned book
I have saved all my ribbons for thee
[...]

Oh, like a baby, stillborn
Like a beast with his horn
I have torn everyone who reached out for me

sabato, giugno 11, 2011

MONSIEUR YEUX BLEUS: MON VALISE EST (ENCORE) DISPARU

A ùNICA COISA CONTAGIANTE NA FRANçA é A LUCIDEZ, O HORROR DE SER ENGANADO, DE SER VìTIMA DO QUE QUER QUE SEJA. POR ISSO UM FRANCéS Sò ACEITA A AVENTURA COM PLENA CONSCIéNCIA; QUER SER ENGANADO; VENDAM-SE OS OLHOS; O HEROìSMO INCONSCIENTE PARECE-LHE, COM TODA RAZàO, UMA FALTA DE GOSTO, UM SACRIFìCIO DESELEGANTE.


MAS O EQUìVOCO BRUTAL DA VIDA EXIGE QUE PREDOMINE A TODO INSTANTE O IMPULSO, E NAO A VONTADE, DE SER CADàVER, DE SER ENGANADO METAFISICAMENTE.
QUARENTENOVE. 
.

E EU COM OS MESMOS PéS  COMPRIMIDOS NOS MESMOS SAPATOS, COM OS MESMOS PULMòES TAO-Jà FARTOS DA MESMA DOENçA...  QUE CHEGAM A DESEJà-LA.   <  a esse propòsito, aliàs, escrevo depois, que cioran encontrou-lhe espaço, em livro curto e delicioso - que, em consciente martìrio, escolho nao terminar.  >

P.S: O IMPULSO DE SE SER CADàVER.  PASSO A NOITE INTEIRA DE HOJE DECIDIDINDO COMO ISSO ME DESCE, E O QUAO FUNDO.


mercoledì, giugno 08, 2011

"DA LÓGICA À EPILEPSIA". NO CENTESSETENTECINCO (vezes cinco)



NÃO HÁ INSATISFAÇÃO PROFUNDA QUE NÃO SEJA DE NATUREZA RELIGIOSA: NOSSOS FRACASSOS PROVÊM DE NOSSA INCAPACIDADE PARA CONCEBER O PARAÍSO E ASPIRAR A ELE (*e de*  aspirar a ele, ou *para aspirar a ele?*  FICO COM A PRIMEIRA), COMO NOSSOS MAL-ESTARES DA FRAGILIDADE DE NOSSAS RELAÇÕES COM O ABSOLUTO.  'SOU UM ANIMAL RELIGIOSO INCOMPLETO, PADEÇO DUPLAMENTE DE TODOS OS MALES' - ADÁGIO DA QUEDA (BOM SE FOSSE O LIVRO), QUE O HOMEM SE REPETE PARA CONSOLAR-SE.  AO NÃO CONSEGUI-LO, RECORRE À MORAL; DECIDE SEGUIR, EXPONDO-SE AO RIDÍCULO, SEU CONSELHO EDIFICANTE.  'RESOLVE-TE A NÃO ESTAR MAIS TRISTE', LHE RESPONDE ESTA.  E ELE SE ESFORÇA PARA ENTRAR NO UNIVERSO DO BEM E DA ESPERANÇA...  MAS SEUS ESFORÇOS SÃO INEFICAZES E ANTINATURAIS: A TRISTEZA REMONTA À RAIZ DE NOSSA PERDIÇÃO..., A TRISTEZA É A POESIA DO PECADO ORIGINAL...


ESSA PERSEGUIÇÃO ACÉRRIMA, DE CIORAN, À RELIGIOSIDADE, ME ABSOLVE - NO MEU NACO DE AFRONTA NÃO À FÉ, MAS À PRESUNÇÃO DO HOMEM DE CONSTRUIR INVERDADES E ATRIBUÍ-LAS AO ABSTRATO.  E SOBRETUDO AO PROSELITISMO DE OCASIÃO.  

QUEM ME CHAMOU PARA ESSE BREVIÁRIO FOI HEVERTON, CUJO ESCLARECIMENTO, CUJA LUCIDEZ, CUJOS INTERESSES, PARA UM MENINO TÃO NOVO (À ÉPOCA, TINHA 20 ANOS), ME FASCINAVAM.  HOJE MARCO AS PÁGINAS, NECESSARIAMENTE DOBRADAS, COM HIDROCOR EM TOM IRRITANTE, MAS QUE NÃO SE PODE IGNORAR.  

QUANTO AO TEXO: JULGO FANTÁSTICA A PARTE DA RESOLUÇÃO  ESTÚPIDA , (e) HUMANA.  NOVAMENTE, PARA QUEM SE DIZ RELIGIOSO - E TELEGUIADO POR DEUS, -,  COMO CONCEBER ALGUMA CAPACIDADE DE SE DETERMINAR OS RUMOS DA TRISTEZA?  PARA MIM, ALIÁS, É ANÁLOGO, ISSO (PORÉM, PIOR), AO 'FICA BEM', COM QUE MUITA GENTE SE DESPEDE.

A VERDADE É QUE A TRISTEZA-PADRÃO, BATIZO-A ASSIM, INDEPENDE DA VONTADE DO VITIMADO.  É-SE TRISTE PORQUE CALHOU DE UMA DESGRAÇA ACONTECER, E A TOLERÂNCIA À DOR SUPERAR (SIM, ESTOU CIENTE DO PARADOXO, ESTILISTICAMENTE FALANDO) OS LIMITES DE UM DESCONFORTO PASSAGEIRO.  OU NÃO ALCANÇAR A LINHA DO ESQUECIMENTO, DO DESCASO DESEJADO.

CALHOU DE A VIDA SER ASSIM.  DE SE SENTIR MAIS DO QUE SE PENSA, E SE SENTIR MAL E SE PENSAR BEM.  OU, EM CORES, DE SE SENTIR EM ESCURO E SE PENSAR EM TRANSPARENTE.  

MAS, ISSO, A TRISTEZA-PADRÃO.  EXISTE TAMBÉM O TAL CILÍCIO AO QUAL TENHO FEITO REFERÊNCIAS SEGUIDAS, CUMPRINDO MINHA PROMESSA DE EMPREGÁ-LO NAS POSTAGENS EM QUE CABERIA 'A TORTURA VOLUNTÁRIA'.  OU, COMO DISSE O VINICIUS, E É PALAVRA QUE AMO, INCLUSIVE PELO SOM, 'DEGREDO'.  O DEGREDO DESEJADO.

O CILÍCIO É, A MEU VER, MAIS DO QUE UMA ESCOLHA DOENTIA.  É RAZOÁVEL.  ALIÁS, RACIONALIZADA.  POR VEZES, MESMO INTELIGENTE, SE VOLTARMOS TAMBÉM A CIORAN, E TAMBÉM AO QUE JÁ ESCREVI: UMA DOR SUBRAI A IMPORTÂNCIA DE OUTRA MENOR.  UMA LEMBRANÇA AMARGA TEM O CONDÃO DE RECONFORTAR QUEM, EM VIGÊNCIA DE PRESENTE MAU, TENHA A CORAGEM DE INVOCÁ-LA.  E ESTA, PARA MIM, É A GRANDE VITÓRIA SOBRE A VIDA: O CONTROLE, POR VIA INDIRETA, DAS SENSAÇÕES.  (FRISE-SE, ENTRETANTO: SENSAÇÕES.  SENTIMENTO, NÃO.  SENTIMENTO É O TAL BICHO QUE PARRUETA SOZINHO.  SOZINHO E CONFORME CONVÉM NÃO À GENTE, MAS À TAL ENTIDADE RELIGIOSA.  ALEATÓRIA, SEMPRE.  MAIS AINDA: ENFASTIADA.)