O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O AMOR É UM DEVASSO E UM INFIEL. O AMOR ATROPELA TUDO, E É ELE QUE ME ESTÁ, LITERALMENTE, RACHANDO A PANTURRILHA (coração venoso periférico). BOM, O CORAÇÃO ENVENENADO, EM VERDADE. E ANDA ME TURBANDO - DAQUI A TRÊS CENTÍMETROS E QUARENTA E DUAS HORAS, JÁ PASSA AO ESBULHO - O RESTO DO CORPO.
O CURIOSO É QUE ONTEM, DESNORTEADA - MAS, VEJA POR QUÊ: LÚCIDA FEITO O DIABO -, PEDI A DEUS PARA, PELO AMOR DELE MESMO (EU E MEUS SACRILÉGIOS), ME EXTIRPAR ESSE AMOR DANOSO. QUE EU JÁ NÃO AGÜENTO MAIS. QUE MEU SONO É BESTA E INTRANQÜILO. E ISSO INTERFERE NOS MEUS DIAS INTEIROS, E ME FAZ LAMBER A PATA DOS MENINOS. ENFIM, DAÍ PARA A VIOLÊNCIA, É UM PASSO. E MEU MEDO É QUE EU ESTEJA A MENOS DE TRÊS CENTÍMETROS E QUARENTA E DUAS HORAS DESSA FATALIDADE.
Nessun commento:
Posta un commento
CI SIAMO QUATTRO. E LEGGIAMO ASSOLUTAMENTE TUTTO. DOPO TRE O QUATTRO MESI. E CINQUE O SEI BICCHIERI. DI VELENO.