O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
ÁLVARO DE CAMPOS, QUE ME ESCORRE PELAS PAREDES, LITERALMENTE, COM UMA SAUDADE DE QUANDO EU PODIA GRAFITÁ-LO NOS MEUS PAPEIZINHOS AMARELOS, A DEZ MINUTOS DE DORMIR, COM UMA FÚRIA QUE EU JÁ NÃO MAIS TENHO...
MEU DOMINÓ ESTÁ ERRADO, TAMBÉM. NÃO O ESCOLHI, NÃO TIVE PACIÊNCIA OU ESPERANÇA PARA ME OCUPAR DISSO. E HOJE, QUE JÁ SE PASSARAM OS ANOS, JÁ NÃO ADIANTA MAIS DESMENTIR. CANSEI DE TER A VIDA PARALELA A TUDO QUANTO LEIO. CANSEI DE ME IDENTIFICAR COM AS DESMESURAS DE QUEM JÁ NEM MAIS VIVE. DORAVANTE, QUEDO-ME APENAS COM O QUE HÁ DE BELO, OU OBSERVO TODO O RESTO SEM SOLIDARIEDADE, MAS DE UM PONTO SEGURO DE ONDE EU ARREMESSE MEUS BEIJOS COMPADECIDOS.
Sempre haverá na sua vida um pouco de paralelo com o que leu ou vier a ler. Cedo ou tarde, encontrará ligeiras ou profundas semelhanças, que a farão rir sozinha, como louca.
RispondiEliminaSabe o que é isso?
Sangue poético nas veias. Ele a remete a encontrar essas coincidências, porque você nunca vai "ler" um poema. Vai senti-lo. Sempre.
Seu texto é belíssimo. Parabéns.
Ju.