domenica, febbraio 04, 2007

IT'S SO COLD IN ALASKA...

Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação. (...) Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. EIS AÍ DOIS OUTROS EXCERTOS DO ANTIGO TEXTO DO VINICIUS. CENTRO FOGO NA 'ASÊNCIA COMPLETA DE CORES', E NOS IMPERATIVOS CATEGÓRICOS KANTIANOS. NOS TRAUMAS, O QUE DE FATO REMANESCE? SE NÃO CORES - NO MEU CASO, PELO MENOS, QUE NÃO SOU CRIATURA VISUAL, MAS AUDITIVA -, UMA PALAVRA. SIM, UMA ÚNICA. ONOMATOPÉIA QUE SEJA, MAS O QUE FICA ANCORADO NA MINHA MEMÓRIA É SEMPRE UMA PARTE - COSTUMEIRAMENTE, A MAIS FEIA, A MAIS ÁSPERA - DO QUE SE DISSE. QUANTO AOS IMPERATIVOS CATEGÓRICOS, SUSPIRO LONGAMENTE, ATADA AO QUE SE ME MARCARAM, SE NÃO A FOGO, PELO MENOS A FERRO, NAS COSTAS. OS IMPERATIVOS CATEGÓRICOS SÃO O QUE NÃO SE PODE ALTERAR. ...O QUE TORNA ESSE PARÁGRAFO GRAVÍSSIMO. PORQUE SE UM IMPERATIVO CATEGÓRICO É O QUE APARTA VOCÊ DE QUALQUER OUTRA ALMA, MENEEMOS A CABEÇA EM DESCONSOLO. FECUNDEMOS TUDO NÃO COM LÁGRIMAS, MAS COM RANÇO. E BUSQUEMOS UMA FRESTA EM QUALQUER JANELA, UM SOPRO. ANTES QUE A VIDA CESSE DE FLORIR.

1 commento:

  1. ... acho que há muito pouco de categórico na maioria dos imperativos alegados como razão definitiva para uma separação; aqui, o que não raro predomina - aquela impaciência típica de individualismos que só entendem relações como amarras - pressupõe uma concepção compulsiva de liberdade: 'fazer sempre/nunca o que se deseja' implica, em última análise, incapacidade de escolher (a mais sutil das escravidões).

    Obrigado pela visita! Quanto à dificuldade de identificação, sugiro que nos reconheçamos nos conhecendo - à moda de Platão...

    Beijo afetuoso,

    PS: trauma = paralisia (involuntária?) da reflexão?

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CI SIAMO QUATTRO. E LEGGIAMO ASSOLUTAMENTE TUTTO. DOPO TRE O QUATTRO MESI. E CINQUE O SEI BICCHIERI. DI VELENO.