venerdì, ottobre 17, 2008

CLARICE LISPECTOR, AINDA

Há um velho equívoco sobre a palavra amor, e, se muitos filhos nascem desse equívoco, tantos outros perderam o único instante de nascer apenas por causa de uma suscetibilidade que exige que seja de mim, de mim! que se goste, e não de meu dinheiro. Mas na umidade da floresta não há desses refinamentos cruéis, e amor é não ser comido, amor é achar bonita uma bota, amor é gostar da cor rara de um homem que não é negro, amor é rir de amor a um anel que brilha.
O REFINAMENTO CRUEL É A GENTE SE PRETENDER DESEJÁVEL, QUANDO AS COISAS QUE POSSUÍMOS O SÃO MUITO MAIS.
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ACHO FORMIDÁVEL ESSA OBSERVAÇÃO DA CLARICE LISPECTOR, CRUA E HONESTA.
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POIS EU QUERO ALGUÉM QUE ME AME PELOS MEUS GATOS, E PELAS MINHAS POLTRONAS RUBRAS. PELA MINHA DIETA-DO-PICOLÉ E POR AQUELES LIVROS RABISCADOS QUE EU TRAGO ESPALHADOS PELOS QUARTOS. ESTOU CIENTE DE QUE MINHA PERSONALIDADE NÃO É ADORÁVEL O SUFICIENTE PARA MANTER CATIVA UMA PESSOA QUE DESCONHEÇA MEUS OBJETOS PRECIOSOS, TODOS EXTRÍNSECOS À ALMA.

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CI SIAMO QUATTRO. E LEGGIAMO ASSOLUTAMENTE TUTTO. DOPO TRE O QUATTRO MESI. E CINQUE O SEI BICCHIERI. DI VELENO.