venerdì, gennaio 12, 2007

VIGÍLIA

Ao coração esmagado não basta a lágrima triste que desce, E ao espírito aturdido não basta a consolação do sofrimento. Há qualquer coisa fora de mim, não sei, no vago Como que uma presença indefinida QUE EU SINTO, MAS NÃO TENHO QUEM CONHECE VINICIUS, O VINICIUS DORIDO, O ANGUSTIADO, QUEM COHECE O VINICIUS QUE ME ARREBATOU, A ESSE NÃO É ESTRANHA A 'VIGÍLIA'... A dor estará em mim e eu estarei na dor Em todas as minhas vigílias... Eu sofrerei até o último dia Porque será meu último dia o último dia da minha mocidade. DISSERAM-ME QUE, NO DOCUMENTÁRIO A QUE EU COVARDEMENTE DEIXEI DE ASSISTIR, INDAGARAM AO CHICO BUARQUE SE VINICIUS HAVIA SIDO FELIZ. A RESPOSTA FOI UM QUÊ DE DÚVIDA, SEGUIDO DA FRASE MAIS CLICHÊ QUE SE PODERIA DIZER: 'EU SEI QUE ELE VIVEU'. POIS RESPONDO EU, COM TODA A MINHA PREPOTÊNCIA ENEGRECIDA: NÃO, ELE NÃO PODE, POR NADA NESTE MUNDO, TER SIDO FELIZ. PORQUE FAZIA DE TODAS AS SENSAÇÕES EFÊMERAS. A GENTE, PARA SER FELIZ, TEM DE SER CONSTANTE - E VINICIUS NÃO ERA CONSTANTE NAS SUAS PAIXÕES AVASSALADORAS. ELE ERA UM DESLUMBRADO - E JULGO-O MÁRTIR. FOI PELA SUA TOTAL INCAPACIDADE DE SER FELIZ QUE ELE ME DEIXOU DE LEGADO ESSES VERSOS TÃO SÓLIDOS - E DUROS E SATISFATÓRIOS. OS VERSOS QUE ME ENCHEM, QUE TÊM DE SER LIDOS COM CUIDADO, PORQUE SENÃO EXPLODEM.

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CI SIAMO QUATTRO. E LEGGIAMO ASSOLUTAMENTE TUTTO. DOPO TRE O QUATTRO MESI. E CINQUE O SEI BICCHIERI. DI VELENO.