martedì, marzo 20, 2007

"Tenho horror a hospitais, os frios corredores, as salas de espera, asante-salas da morte, mais ainda a cemitérios onde as flores perdem o viço,não há flor bonita em campo-santo. Possuo, no entanto, um cemitério meu,pessoal, eu o construí e inaugurei há alguns anos quando a vida meamadureceu o sentimento. Nele enterro aqueles que matei, ou seja, aquelesque para mim deixaram de existir, morreram: os que um dia tiveram minhaestima e a perderam. Quando um tipo vai além de todas as medidas e de fato me ofende, já com elenão me aborreço, não fico enojado ou furioso, não brigo, não corto relações,não lhe nego o cumprimento. Enterro-o na vala comum de meu cemitério - nelenão existem jazigos de família, túmulos individuais, os mortos jazem em covarasa, na promiscuidade da salafrarice, do mau-caráter. Para mim o fulanomorreu, foi enterrado, faça o que faça já não pode me magoar. Raros enterros - ainda bem! - de um pérfido, de um perjuro, de um desleal,de alguém que faltou à amizade, traiu o amor, foi por demais interesseiro,falso, hipócrita, arrogante - a impostura e a presunção me ofendem fácil. Nopequeno e feio cemitério, sem flores, sem lágrimas, sem um pingo de saudade,apodrecem uns tantos sujeitos, umas poucas mulheres, uns e outras varri da memória, retirei da vida. Encontro na rua um desses fantasmas, paro a conversar, escuto, correspondoàs frases, às saudações, aos elogios, aceito o abraço, o beijo fraterno deJudas. Sigo adiante, o tipo pensa que mais uma vez me enganou, mal sabe eleque está morto e enterrado." SASSÁ FOI QUEM ME MOSTROU ESSA PRECIOSIDADE. E EU DEI NOME À PARTE AZEDA DA MINHA MEMÓRIA, AFINAL. É CEMITÉRIO. E FICA NO CORAÇÃO. E NÃO ESTÁ TÃO POVOADO, AINDA, MAS A FILA NOS PORTÕES ESTÁ SE AVOLUMANDO...

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CI SIAMO QUATTRO. E LEGGIAMO ASSOLUTAMENTE TUTTO. DOPO TRE O QUATTRO MESI. E CINQUE O SEI BICCHIERI. DI VELENO.