E poi uno dei due muore. E noi lo vediamo come un amore interrotto; come una danza arrestata a metà giravolta, o un fiore con la corolla miseramente strappata: qualcosa di troncato, e quindi privo della sua giusta forma. Ma è così? Se, come non posso fare a meno di sospettare, anche i morti sentono i tormenti della separazione (e questa potrebbe essere una delle loro pene purgatoriali), allora per entrambi gli amanti, senza eccezioni, la perdita dell’altro è una parte universale e intrigante dell’esperienza d’amore. Essa segue il matrimonio con la stessa normalità con cui il matrimonio segue il corteggiamento o l’autunno l’estate. Non è un troncamento del processo, ma una delle sue fasi; non è l’interruzione della danza, ma la figura successiva. Noi siamo “tratti fuori di noi” dall’amata fintanto che essa è qui. Poi viene la figura tragica della danza, nella quale dobbiamo imparare ad essere ugualmente tratti fuori di noi, anche se la presenza corporea è stata tolta, dobbiamo imparare ad amare Lei, e a non ripiegare sull’amore del nostro passato, o del nostro ricordo, o del nostro dolore, o del nostro sollievo dal dolore, o sull’amore del nostro stesso amore.
A SUCESSÃO INCONTROLÁVEL DOS MAUS SACRAMENTOS DA EXISTÊNCIA COMPARTILHADA. A PRESUNÇÃO DE SE DIRIGIR A ATENÇÃO PARA A PRÓPRIA DOR, EM VEZ DE A SEU OBJETO.
MINHA IDÉIA DE CHORAR OS MORTOS, ALIÁS, É, HOJE, ESTA: A DE QUE NÃO SE LAMENTA UMA VIDA INTERROMPIDA, 'porque tudo poderia ter sido e não foi', MAS TEME-SE A PRÓPRIA REAÇÃO À AUSÊNCIA. ORA, A SAUDADE TERMINA SENDO SENTIMENTO EGOÍSTA. SINTO A MINHA ANGÚSTIA QUANDO DA SUA FALTA, E NÃO A SUA FALTA, PROPRIAMENTE DITA. NÃO O VAZIO, MAS O QUE ADVÉM DELE. O QUANTO ELE REPERCUTE, MAS EM MIM. NÃO EM VOCÊ. SE EM VOCÊ, PELO NARCISISMO DE ME SENTIR NECESSÁRIO (COMO JANINE DE MARCEL).
ISSO TUDO ME TROUXE DE VOLTA PESO ENORME SOBRE OS OMBROS. A ANTIGA CULPA PELA DOR. A DOR DA CULPA INACEITADA. O HORROR À MEMÓRIA.
Porque a vida tem dois lados, ou mais, que ora fantasia-se com um negro capuz a trazer-te o corvo agourento e que alguns diriam pessimismo e eu diria realidade relativizada e que ora fantasia-se de princesa ingênua e te mostra a beleza infudada das flores mais fedorentas nunca dantes vistas. Escolha sempre a segunda opção, por obséquio. A saudade é saudade independente do sujeito e do objeto - porque há um fio que liga dois nomes que se faltam quando antes se complementavam.
RispondiEliminaTENHO VISTO MUITOS CORVOS, LENORE... LEMBREI-ME, AGORA, COM ESSA TUA MENÇÃO, DO PACTA CORVINA.
RispondiEliminaO FIO ENGROSSA, COM A SAUDADE/DISTÂNCIA?