giovedì, dicembre 14, 2006

MEU MANIQUEÍSMO , SEMPRE ADORÁVEL...

Construímos um altar; dos restos do altar fizemos um castelo; com as pedras do castelo estruturamos a fábrica; dos despojos da fábrica talvez façamos outro altar.Ao Supremo Tecnocrata. DAS PEDRAS DO MEU CASTELO EU MURAVA O MIOCÁRDIO, MAS COM A TERNURA RESPEITOSA - E POPULARIZADA - DO GUERRILHEIRO. CURIOSO COMO O TEMPO ENDURECE A GENTE. NÃO HÁ ARNICA QUE RESOLVA HEMATOMA NO QUEIXO, NÃO. A SAÍDA É SEMPRE O TEMPO. NEM CICATRENE, FIBRASE, FELDENE GEL... ISSO AQUI QUE SOFRERAM AS MINHAS CANELAS SÓ TERÁ ALÍVIO COM O TRANSCORRER DAS SEMANAS. TENHO EMBUTIDO NUM LIVRO DO FERNANDO SABINO - QUE ERA MEU BOM-DEMÔNIO NOS TEMPOS DE PRIMEIRO GRAU, EM PARELHA COM O CHICO - UM POEMA MUITO BONITO DO AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT, QUE NÃO REENCONTRO POR NADA NESTE MUNDO, TENTE COM QUE LUPAS FOR, PROCURÁ-LO. ENFIM, DO QUE ME RECORDO, SEGUIAM OS VERSOS: 'O TEMPO CUIDARÁ DESTA FERIDA E O QUE HOJE SANGRA E DÓI ASSIM TÃO FUNDO IRÁ CICATRIZANDO E AMORTECENDO...' LÁ PELAS TANTAS, ELE MENCIONAVA ÁGUA QUE VIRA VINHO, E PRANTO QUE SE CONVERTE EM RISO. E NÃO SEI SE É PORQUE EU ERA NOVA DEMAIS - E PORTANTO IMPRESSIONÁVEL E MALEÁVEL FEITO UMA FOLHA DE PAPEL CREPOM -, MAS TRANCAFIEI O QUE LI NA GAVETA MIÚDA DO CORAÇÃO. MAIS LÚCIDA, UM POUCO, RECORRO AO MEU BOM FRANCÊS, DE SÍTIO DE FILME QUE ME CAUSA NÁUSEA: 'LE TEMPS DETRUIT TOUT'. SE NÃO CURA, ENTERRA. E SIGAMOS IMPÉRVIOS, QUE ESTE FRIO ME ENEGRECEU.

1 commento:

  1. Já encontrou o poema?

    Soneto XVI
    Augusto Frederico Schimidt

    O tempo cuidará desta ferida
    E o que hoje sangra e dói, tão fundo
    E que parece não ter jamais consolo
    Irá cicatrizando e amortecendo

    Estas imagens, que a lembrança assaltam,
    Do bem perdido e sempre tão vivas
    Também se irão perdendo e outras lembranças
    Trarão remédio ao mal que fere tanto

    Um dia, a grande dor será bem leve,
    Pois o tempo, que a tudo traz concerto
    Muda o soluço em canto e o sangue em vinho

    Mas, enquanto não vem a infiel ajuda
    Do tempo, como em vão eu te procuro
    E como cresce e dói a ausência tua!

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CI SIAMO QUATTRO. E LEGGIAMO ASSOLUTAMENTE TUTTO. DOPO TRE O QUATTRO MESI. E CINQUE O SEI BICCHIERI. DI VELENO.